Desde a fase da adolescência até a menopausa, o ciclo menstrual faz parte da vida da mulher durante sua fase reprodutiva. O ciclo menstrual é muito mais do que o período em que a mulher sangra quando não está grávida. O ciclo são os dias contados do mês, e que envolvem mudanças no corpo, humor e outros.
Mary Valente, médica ginecologista do Centro de Tratamento Oncológico (CTO), explica que o ciclo menstrual é o período de tempo entre o primeiro dia de uma menstruação e o último dia antes da menstruação seguinte. Ela pontua que, em média, é considerado regular o ciclo menstrual com duração de 28 dias.
“Às vezes acontece de a mulher pensar que está menstruando duas vezes no mês, mas não, este é um ciclo considerado normal. Considera-se anormal um ciclo que dura mais de 35 dias ou possui um intervalo curto de menos de 25 dias, por exemplo”, esclarece.
Portanto, ciclos com intervalos mais longos ou curtos podem indicar algum problema de saúde, um sintoma de que algo não está bem regulado. A médica ginecologista comenta que mulheres com atraso na menstruação de 35 a 40 dias, devem se atentar pois se dá por alguma alteração. “Fatores externos como estresse e preocupação também podem interferir. E, claro, se a mulher tem uma vida sexual ativa, deve cogitar a possibilidade de gravidez”, diz.
A ausência da menstruação, assim como o ciclo irregular merecem atenção e as pacientes devem procurar orientação médica. Segundo Mary Valente, é classificada como amenorréia primária a ausência de menstruação em mulheres que nunca menstruaram e já possuem os caracteres sexuais desenvolvidos.
“Já a amenorréia secundária, que é a ausência de menstruação em mulheres que já menstruaram e pode ter causas como alterações na tireoide, prolactina e alguns tumores ginecológicos. Mas falhas na menstruação em geral tem condições benignas”, ressalta. A médica ginecologista também pontua que mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), um distúrbio hormonal que afeta mulheres em idade fértil, também podem sofrer com o atraso menstrual. Por último, Mary Valente alerta que o fluxo menstrual intenso com coágulos, não deve ser normalizado.
“Nós viemos de uma cultura onde sangramentos intensos e dores eram tidos como coisas normais da mulher sentir. Mas quando isso atrapalha seu dia na escola, no trabalho, sujando suas roupas ou precisando utilizar muitos absorventes por dia, é preciso procurar atendimento médico para verificar se é uma alteração normal ou anatômica. Cabe uma análise desse quadro”, completa.