
Para contextualizar todos os números sobre o câncer de intestino apresentados na reportagem que deu início a este quarto fascículo da Série Dr. Responde – ‘Intestino em Alerta – O que seu corpo está tentando dizer’, a reportagem do DIÁRIO conversou com a médica Danieli Batista, endoscopista e gastroenterologista do Hospital Ophir Loyola (HOL), que é referência no tratamento de doenças oncológicas na Região Norte.
Segundo a médica, o câncer de intestino apresenta uma tendência de alta. “Segundo o Instituto Nacional de Câncer, o INCA, em 2021, o câncer colorretal ocupava a terceira posição no número de casos de câncer tanto em homens quanto mulheres. No último levantamento, em 2023, esse câncer passou a ocupar a segunda posição. E isso é alarmante e preocupante”, admite, para em seguida pontuar os motivos de tantos casos no país. “São os nossos hábitos de vida inadequados, que favorecem o desenvolvimento desse câncer”, afirma.
Mas, afinal de contas, que maus hábitos são esses tão alardeados pelos especialistas e órgãos que se debruçam a estudar o câncer? “A vida moderna é muito desafiante. As diversas demandas que nós temos na nossa vida profissional, na nossa vida pessoal, acabam favorecendo os hábitos de vida inadequados”, explica a médica do HOL.
“Precisamos ter em mente e priorizar, apesar de todas as dificuldades, o nosso autocuidado. E a melhor forma de prevenção é investir na atividade física, o que for possível, uma caminhada, uma corrida, a musculação, rever os hábitos alimentares, reduzir ou suspender os alimentos industrializados, para o mínimo que se possa ter que consumir”, sugere.
Um dos esforços que se deve fazer é trocar o famigerado snack por frutas, vegetais, salada… “São as fibras no nosso dia a dia. O controle de peso, a obesidade é um outro fator de risco. Então, com a adequação da atividade física e da alimentação, a gente já consegue reduzir aí um outro fator de risco, que é a obesidade”, observa.
A boa notícia é que, apesar da alta incidência, se descoberto em estágio inicial, as chances de cura do câncer de cólon e reto são altas. “Justamente por esse câncer ter esse perfil de alta taxa de cura quando descoberto precocemente, há uma excelente expectativa de vida quando o tratamento e a assistência é realizada nesta fase precoce”, cita.
“Então, a expectativa é muito individual, mas há oportunidade de otimizar os tratamentos, conforme o caso, a indicação da cirurgia e, se necessário, terapias complementares como a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia que promovem qualidade de vida e o aumento da expectativa desses pacientes”, garante Danieli.