O “Março Roxo” é o mês mundial de conscientização sobre a epilepsia, dedicado à luta contra a doença e à sensibilização sobre a importância do cuidado precoce na saúde cerebral. A campanha visa combater o estigma e promover a informação sobre a epilepsia, ajudando a transformar a realidade de milhões de pessoas afetadas pela condição. Ao reforçar a importância da prevenção e da saúde cerebral, a campanha visa transformar a realidade das pessoas com epilepsia, promovendo inclusão, dignidade e oportunidades para todos e todas.
De acordo com o Ministério da Saúde, a epilepsia é uma condição neurológica em que, durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos causando crises que podem se manifestar em convulsões ou outros sintomas. Durante esses episódios, há um agrupamento de células cerebrais que passam a se comportar de maneira hiperexcitável, levando às manifestações clínicas da epilepsia.
A Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde alerta que pelo menos 25% dos pacientes com a condição no Brasil são portadores em estágio grave. A condição determina a necessidade do uso de medicamentos por toda a vida, pois os acessos de crises são frequentes e incontroláveis, tanto que muitos pacientes são candidatos à intervenção cirúrgica.
OCORRÊNCIA
Nos países desenvolvidos, a ocorrência da epilepsia cresce proporcionalmente com o aumento da idade. Nos países em desenvolvimento, por sua vez, geralmente atinge picos na adolescência e idade adulta. Em todo o mundo, a hipótese é de que a epilepsia ativa atinja em torno de 0,5% a 1% da população. Várias são as condições que podem estar associadas à epilepsia. Entre as principais, estão lesões cerebrais, infecções (como meningites e encefalites), complicações peri-parto e desordens genéticas. Ainda conforme o Ministério da Saúde, para que seja caracterizada a epilepsia, é necessário haver recorrência espontânea das crises com intervalo de, no mínimo, 24 horas entre elas. Um episódio único não é indicativo da síndrome. Ouvir a história do paciente e o relato das pessoas que presenciaram a crise também ajuda a determinar o diagnóstico. Exames complementares são importantes para auxiliar na investigação, como o eletroencefalograma, a tomografia de crânio e a ressonância magnética do cérebro. O diagnóstico apropriado da epilepsia e do tipo de crise apresentado pelo paciente permite a escolha do tratamento adequado.
TRATAMENTO
O tratamento das epilepsias é feito com medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, ou seja, evitam a hiperexcitação das células, que originam as crises. O Sistema Único de Saúde (SUS) presta assistência por meio da Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neurológica. Atualmente, a rede de atendimento ao portador de epilepsia é composta por hospitais habilitados no SUS como Unidade de Assistência ou Centro de Referência de Alta Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia e com o Serviço de Investigação e Cirurgia da Epilepsia.