No mês de maio é celebrado o Dia Mundial do Câncer de Ovário, voltado para conscientizar sobre o oitavo tipo de câncer mais comum no país. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima cerca de 7.300 novos casos e 4 mil óbitos por ano em decorrência deste tipo de câncer. De todos os tumores ginecológicos, o de ovário é o mais letal por se tratar de um tipo silencioso.
Os fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença são a menarca precoce, que é a primeira menstruação; a menopausa tardia, que é a última menstruação e ausência de gravidez. O desafio da medicina é que o câncer de ovário não possui exames específicos de rastreamento. “Os sintomas costumam aparecer já em um estágio mais avançado, mas é possível prestar atenção em alguns sinais, por exemplo, dor pélvica, distensão abdominal, o aumento do volume da região pélvica, perda de peso, fadiga e emagrecimento”, explica a médica ginecologista do Centro de Tratamento Oncológico (CTO), Mary Valente.
Fatores de Risco e Diagnóstico
O INCA aponta que o histórico familiar de cânceres de ovário, colorretal e de mama está associado a risco aumentado de câncer de ovário. O excesso de gordura corporal também aumenta os riscos, além da exposição ao amianto ou a raios X e gama. “A recomendação é que a mulher faça exames periódicos com um ginecologista. Geralmente, nos exames de imagem como a ultrassonografia transabdominal, a gente já consegue identificar alguma lesão que possa ser suspeita de câncer de ovário”, esclarece a ginecologista.
Na região Norte do País, o risco estimado pelo Ministério da Saúde é de 3,61 casos novos a cada 100 mil mulheres, ocupando a sétima posição na tabela dos estados do Brasil. No Pará, de janeiro de 2023 a abril deste ano, o Hospital Ophir Loyola recebeu 379 mulheres com câncer de ovário. O hospital é referência em oncologia no estado e realiza os procedimentos cirúrgicos e terapêuticos. No caso da neoplasia no ovário, o tratamento pode incluir a cirurgia, sempre que possível com remoção total do tumor; quimioterapia adjuvante, realizada após a cirurgia, para reduzir riscos de recorrência, e quimioterapia neoadjuvante, antes da cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor e facilitar a remoção.
A Importância da Regularidade Médica
Mesmo que a mulher não sinta nenhum sintoma, a visita regular ao médico é essencial. “A dica que eu dou é essa: regularidade às consultas ginecológicas, pelo menos uma vez ao ano e fazer o preventivo, principalmente em mulheres entre 25 e 64 anos, que é a faixa etária recomendada pelo Ministério da Saúde”, pontua.