Alexandre Nascimento
O despachante João Costa, 55, nas idas ao supermercado para comprar alimentos, olha de maneira cuidadosa as tabelas nutricionais contidas nos rótulos dos produtos. O motivo é a preocupação por não poder consumir alimentos com alto teor de gordura.
“Como tenho essa limitação, me acostumei a ler a tabela nutricional que tem no rótulo dos alimentos, assim eu consigo saber se a quantidade de gordura desses alimentos, principalmente as saturadas ou transgênicas, está dentro do que eu posso consumir ou até mesmo evitar”, disse João Costa, despachante de trânsito.
O consumidor destaca como importante a existência do quadro com o valor nutricional nas embalagens. “Ainda bem que as empresas colocam essas informações. Se não fosse isso, eu não conseguiria orientar minhas escolhas relacionadas a alimentos com alto teor de gordura”.
O exemplo do despachante deixa claro que os rótulos são meios de orientação aos consumidores que possuem diferentes necessidades na alimentação. “O principal motivo das informações nutricionais nos rótulos é que os consumidores precisam saber o que estão ingerindo, já que os alimentos possuem muitas substâncias e aditivos que podem trazer dificuldades às limitações das pessoas”, disse Fernando Leite, nutricionista clínico.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) implementou novas regras, em 2022, como a rotulagem nutricional frontal que tem o objetivo de tornar essas informações mais acessíveis. De maneira prática, a implementação destaca o desenho de uma lupa na parte da frente da embalagem para destacar o alto teor de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio.
“Essa regulamentação já existe há tempos em alguns países, para orientar o consumidor sobre esses nutrientes, quando eles ultrapassarem os limites”, completou Fernando Leite.
“Além disso, na tabela será obrigado ter a informação dos açúcares totais e adicionados, do valor energético e de nutrientes por 100g ou 100 ml, para ajudar as pessoas na comparação de produtos, bem como o número de porções por embalagem. Assim sendo, a pessoa terá mais noção do que pode consumir a partir dessa proporção que é informada na tabela”, acrescentou o nutricionista.
A importância da tabela nutricional nas embalagens é levada a sério por Rosangela Maciel, 55 anos, principalmente por ter na família uma pessoa com diabetes. “Se não fossem essas informações que estão mais acessíveis, ficaria muito difícil ter controle do alimento a ser comprado para esse meu familiar. Então, quando pego um produto e vejo que a ‘lupinha’ informa que o teor de açúcares adicionados é alto, deixo o produto de volta na gôndola e não levo”, disse Rosângela.
Mas, além da tabela nutricional dos rótulos, é importante o consumidor conhecer suas limitações alimentares. “Esse autoconhecimento é importante, assim a tabela nutricional será um complemento do cuidado que a pessoa deve ter ao comprar os alimentos processados e ultraprocessados”, concluiu Fernando.