SAÚDE

Julho Amarelo: alerta para o combate às hepatites virais no Brasil

Região Norte concentra 72% dos casos de hepatite D no país, com maior incidência em áreas remotas da Amazônia Legal

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Região Norte concentra 72% dos casos de hepatite D no país, com maior incidência em áreas remotas da Amazônia Legal
Região Norte concentra 72% dos casos de hepatite D no país, com maior incidência em áreas remotas da Amazônia Legal. Foto: Divulgação

Com a chegada de julho, mês dedicado à conscientização sobre hepatites virais, é essencial destacar a importância da prevenção, da testagem, da vacinação e do tratamento adequado. Silenciosas e, muitas vezes, assintomáticas, as hepatites atingem milhares de pessoas todos os anos, grande parte sem saber que está contaminada. Por isso, manter-se atento e informado é imprescindível.

A Região Norte concentra 72% dos casos de hepatite D no Brasil, com maior incidência em áreas remotas da Amazônia Legal, segundo o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2025, divulgado pelo Ministério da Saúde.

A doença, considerada rara, ainda representa um desafio local e está diretamente ligada à presença do vírus da hepatite B. Por esse motivo, a vacinação e o monitoramento de pacientes com hepatite B são estratégias essenciais de controle. Além disso, a hepatite A, historicamente comum no Norte, teve queda significativa graças à vacinação infantil, mas ainda exige atenção contínua.

Segundo o gastroenterologista da Hapvida, José Marcos, fadiga, febre, mal-estar, tontura, vômito, dor abdominal, urina escura e pele amarelada são os sintomas mais comuns das hepatites virais.

O especialista comenta que é preciso estar atento aos sinais que costumam ser ignorados. “Quando não aparece urina escura e pele amarela costuma-se diagnosticar como gripe ou virose. Para diagnosticar as hepatites, é necessário fazer exames laboratoriais como as sorologias para hepatite e função hepática”, afirma.

Hepatite C: Transmissão e Preocupações

Hepatite C é a que mais preocupa
Entre os tipos de hepatite, a C preocupa pelas formas de transmissão, geralmente pelo contato com sangue contaminado. Isso pode ocorrer, por exemplo, no compartilhamento de instrumentos cortantes e perfurantes, como agulhas, seringas, alicates de unha e materiais usados em tatuagens.

A hepatite A, por sua vez, está ligada à transmissão fecal-oral e atinge principalmente populações com acesso precário a saneamento básico. Para se proteger, é recomendado manter a higiene. Lavar bem as mãos, principalmente em locais compartilhados.

Já a hepatite B é sexualmente transmissível e também pode ser passada de mãe para filho durante o parto, por meio do contato com sangue infectado.

Vacinação e Prevenção

Outro ponto de atenção é a vacinação. É recomendado atenção aos esquemas vacinais previstos no SUS, gratuitos e disponíveis na rede pública.

Pessoas que tiveram contato com água contaminada, especialmente em situações como enchentes, também devem verificar se estão imunizadas contra a hepatite A.

Ampliar o acesso à informação, incentivar a testagem e reforçar a importância da vacinação são medidas essenciais para o controle das hepatites virais.

“A desinformação contribui para o avanço silencioso dessas doenças. Pelas várias formas de contágio, faz-se necessária uma prevenção ativa. O combate deve ser iniciado pela informação e orientação dos meios de contágio, reforçadas ainda mais durante a campanha Julho Amarelo”, finaliza.