CÂNCER DE MAMA

Hospital Ophir Loyola realiza mutirão de reconstrução mamária

Conheça o Mutirão de Reconstrução Mamária do Hospital Ophir Loyola. Cirurgia reparadora para mulheres com câncer de mama.

Cirurgia promove restauração da forma, da aparência e do tamanho do seio levando em consideração a própria forma do órgão, o biótipo da paciente e a técnica de mastectomia que foi utilizada para retirada da mama. Foto: Leila Cruz; Ascom/ HOL
Cirurgia promove restauração da forma, da aparência e do tamanho do seio levando em consideração a própria forma do órgão, o biótipo da paciente e a técnica de mastectomia que foi utilizada para retirada da mama. Foto: Leila Cruz; Ascom/ HOL

Mulheres que perderam a mama devido ao câncer foram submetidas à cirurgia de mastoplastia reparadora durante mais uma edição do Mutirão de Reconstrução Mamária promovido pelo Hospital Ophir Loyola (HOL). Os procedimentos foram realizados em 25 pacientes oncológicas submetidas à mastectomia parcial ou radical. A ação permitiu reduzir em 62% a fila de pacientes que esperavam pela reconstrução mamária tardia, ou seja, sem indicação a fazer o procedimento de forma imediata por razões clínicas.

A mastologista do HOL, Camila Loureiro, esclareceu que as mastectomias são indicadas durante o tratamento oncológico com base no volume do tumor e de sua relação com o volume mamário. “Para o mutirão, a equipe promoveu uma triagem com reavaliação daquelas em condições de saúde de passarem pela cirurgia. Durante o mesmo procedimento executamos a simetrização para reduzir ou aumentar a mama do lado oposto à mama reconstruída e deixá-las com volume semelhante”, explicou a especialista.

Camila Loureiro destaca que a reconstrução mamária é um momento importante para o resgate da autoestima de quem passou por um tratamento de câncer nessa região.

“A mama é um órgão com muitos significados para o ser humano, influencia bastante na sexualidade e autoimagem dessa mulher. Portanto, reconstruí-la ajuda a proporcionar mais qualidade de vida e bem-estar”, disse.

Autoestima resgatada

Nonata Souza, 44 anos, precisou remover o seio direito em 2022, mas fez um implante naquela ocasião.

“Eu internei para retirar um nódulo maligno, mas após a avaliação da equipe, informaram que seria realizada uma mastectomia já com a reconstrução. Contudo, não foi possível fazer a simetria naquele momento. No ano seguinte, passei por uma histerectomia. Fiquei fragilizada com tudo isso, além de estar doente, estava mutilada. Mas passei pela cirurgia de simetria, meus seios estão proporcionais. A minha autoestima está elevada e estou me sentindo bonita”, afirmou a paciente.

O plano de ação foi executado por uma equipe multidisciplinar formada por mastologistas, cirurgiões plásticos, anestesistas, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos. Também contou com a doação de implantes mamários Motiva, empresa parceira do HOL nesses mutirões e com a doação de uma matriz da empresa LifeFix. “Realizamos as cirurgias de reconstrução mamária tardia em pacientes na faixa etária de 40 a 60 anos, que foram submetidas à mastectomia. Utilizamos diversas técnicas como as próteses, expansores teciduais e retalhos das costas e do abdômen dessas pacientes ou a combinação das duas técnicas”, informou o cirurgião plástico Luiz Fernando.

Luciane Oliveira, 42 anos, foi diagnosticada com câncer de mama pela primeira vez em 2017 e tirou uma parte do órgão, o chamado quadrante. Mas, após cinco anos sem a doença, sofreu uma recidiva e precisou fazer um mastectomia radical do lado direito. “Nunca imaginei passar por aqui, no começo foi muito difícil. Apesar do apoio da minha família e do meu marido, eu me sentia incompleta. Sentia vergonha dos momentos íntimos com ele, sentia que faltava algo. Fiquei muito feliz com o implante, ainda estou me recuperando, porém me sinto muito grata por me sentir completa novamente”, disse.

Investimentos 

A superintendente do Instituto de Oncologia, Ana Paula Borges, ressaltou que o Hospital Ophir Loyola, por ser um centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), é a principal referência no tratamento do câncer no Pará e oferta serviços especializados para as pacientes com câncer de mama. “A especialista destaca que o “Hospital vem recebendo uma série de investimentos do Governo do Estado e, paralelamente, desenvolvendo diversas ações em prol das pacientes, resultando em avanços significativos no tratamento desse tipo de câncer”.

“Recentemente, foi entregue a nova radioterapia com equipamentos de alta performance e o novo Laboratório de Análises Clínicas que permitem melhores resultados no diagnóstico e tratamento oncológico em geral. Também está em andamento a obra de reforma e ampliação da Medicina Nuclear para a instalação de novos equipamentos, que também serão usados no tratamento do câncer de mama, ajudando na detecção, estadiamento, acompanhamento e intervenção terapêutica”, afirmou a superintendente.

Segundo Ana Paula, o Hospital tem trabalhado na qualidade dos serviços cirúrgicos, com foco tanto no tratamento do câncer de mama quanto na realização de reconstruções mamárias. “Temos otimizado a gestão de filas através do uso de tecnologias e ferramentas de regulação para priorizar casos graves e urgentes. E, realizamos ainda, os mutirões de cirurgia, os quais são organizados periodicamente para reduzir a fila de espera, proporcionando uma resposta mais rápida às demandas de tratamento e oncoplastia”.

O Hospital, por meio da equipe multidisciplinar, promove palestras, oficinas e seminários educativos durante o Outubro Rosa para orientar os profissionais, pacientes e população em geral sobre os sinais de alerta do câncer de mama e a importância da detecção precoce do câncer de mama.

“São formados Grupos de Apoio para oferecer suporte psicológico e social às pacientes em tratamento ou após a realização de mastectomias (retirada total ou parcial das mamas). Além disso, a instituição, por meio do Grupo de Trabalho de Humanização e instituições parceiras entregam perucas, lenços e próteses de sutiã para pacientes em tratamento quimioterápico ou que ainda não possuem indicação para realizar a cirurgia de reconstrução mamária ou ainda não foram submetidas ao procedimento”, conclui Ana Paula.