Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que mais de 15 mil casos de linfomas devem ser diagnosticados até o final deste ano no Brasil. Referência em oncologia na região Norte, o Hospital Loyola (HOL), em Belém, alerta sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da doença que acomete o sistema linfático, causando inchaço nos gânglios (lifonodos), febre e outros sintomas provenientes do acometimento do sistema imunológico.
A unidade hospitalar integra a rede estadual pública de saúde, e hoje tem 144 pacientes em tratamento quimioterápico contra este tipo de câncer, mas há muitos outros em seguimento, realizando tratamento não quimioterápico, em fase de preparo para transplante de medula óssea ou em acompanhamento de controle.
Paciente Antonio Oliveira está em tratamento no HOL: ‘pessoas devem fazer exames’Foto: DivulgaçãoO servente de obra Antonio José Oliveira, 23 anos, morador do município de Curionópolis, no sudeste paraense, veio a Belém receber tratamento no HOL. Ele contou que sentiu um caroço doloroso na barriga logo após fazer cirurgia de apendicite. “Eu estava em Cuiabá (Mato Grosso), na cidade Rondonópolis, quando fui hospitalizado e diagnosticado no final de dezembro de 2023. Eu retornei ao Pará em maio deste ano para receber o suporte da minha família. A doença enraizou nos joelhos e fez com que quebrasse o braço esquerdo. Antes eu não sentia nada, por isso as pessoas devem fazer exames. Eu só descobri por causa da apendicite”, ressalta.
O sintoma mais comum é o aparecimento de caroços ou ínguas pelo corpo, principalmente no pescoço, axilas e virilhas, com aumento de volume dessas estruturas. Mas a sintomatologia depende da localização. Caso os linfonodos apareçam no tórax, por exemplo, pode ocorrer falta de ar, dor local e tosse. Se for na pelve ou abdômen, os sinais são desconforto e distensão abdominal. Também pode ocorrer fadiga, suores noturnos, perda de peso sem motivo aparente, coceira no corpo, anemia, fraqueza e febre constante.
É preciso estar atento a sintomas e procurar avaliação médicaFoto: DivulgaçãoCausas e tipos – As causas são indefinidas. Os especialistas acreditam que alguns fatores podem aumentar os riscos, como ter tido infecções virais e bacterianas causadas por HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), hepatites, HTVL (vírus linfotrópico de células T humanas) e Helicobacter pylori.
O oncohematologista do Ambulatório de Linfomas do Hospital Ophir Loyola, Thiago Xavier Carneiro, explica que existem mais de 40 subtipos da doença, inicialmente divididos em dois grupos. “Os Linfomas de Hodgkin espalham-se ordenadamente a partir de um grupo de linfonodos e afetam pacientes mais jovens. Já os mais comuns são os Linfomas Não-Hodgkin, os quais surgem nos linfócitos T e B, espalham-se desordenadamente pelo sistema linfático e afetam normalmente pessoas mais idosas”, esclarece o especialista.
O diagnóstico em fase inicial e o tratamento precoce ajudam o paciente a ter um melhor prognóstico da doença. Em caso de suspeita, um hematologista deverá ser consultado. A biópsia cirúrgica de um linfonodo aumentado é solicitada, e o material coletado deve ser avaliado para a classificação do tipo da doença. Outros casos podem ser diagnosticados por exames laboratoriais ou radiológicos, principalmente quando há sintomas sugestivos da doença.
Serviço: O ambulatório do HOL dispõe de médicos especialistas que direcionam a melhor terapia para o tratamento, usualmente a quimioterapia. “Utilizamos drogas inteligentes, que atacam apenas a célula doente e conseguem destruir o linfoma. Além disso, o transplante de medula óssea é também uma alternativa a ser avaliada, conforme a necessidade do paciente”, informa Thiago Carneiro.
Para dar início ao tratamento no Hospital Ophir Loyola, o paciente deve ser encaminhado pela Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Secretaria de Saúde do município de origem, via sistema de regulação.