O Brasil registrou avanços importantes no enfrentamento das hepatites virais nos últimos dez anos, com queda de 50% na mortalidade por hepatite B e 60% por hepatite C. Os dados são do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2025, divulgado nesta terça-feira, 8 de julho, pelo Ministério da Saúde. No entanto, a Região Norte segue como área de maior incidência da hepatite D, concentrando 72% dos casos registrados no país, sobretudo em áreas remotas da Amazônia Legal.
Já a hepatite A, historicamente mais comum nas regiões Norte e Nordeste, apresentou queda expressiva graças à inclusão da vacina no calendário infantil. Entre crianças de até 10 anos, a redução foi de 99,9% em uma década. Ainda assim, casos da doença vêm crescendo no Sul e Sudeste entre jovens adultos de 20 a 40 anos, o que acende um alerta para estratégias de prevenção nesse grupo.
No caso da hepatite B, houve avanço na cobertura vacinal, com aumento significativo da aplicação da primeira dose nas primeiras 24 horas de vida: de 72,7% em 2022 para 94,1% em 2024. Também foi registrada queda de 55% nos casos detectados em gestantes e de 38% entre crianças menores de cinco anos. Mais da metade dos casos da doença ainda está associada à transmissão sexual.
A hepatite C também apresentou importante redução de mortalidade, resultado atribuído à oferta de antivirais de ação direta pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014. Em 2024, a maioria dos casos está entre pessoas com mais de 40 anos, possivelmente infectadas décadas atrás por objetos cortantes ou transfusões de sangue.
Já a hepatite D, considerada rara, ainda preocupa principalmente na região Norte. O vírus depende da presença do vírus da hepatite B para se desenvolver, por isso, a vacinação contra a hepatite B e o monitoramento de pacientes com o vírus B são estratégias centrais de controle.
A publicação do boletim ocorre no contexto da campanha Julho Amarelo, voltada à conscientização, testagem e prevenção das hepatites virais. O Ministério da Saúde reforça que testes e vacinas estão disponíveis gratuitamente em unidades básicas de saúde.
“O combate às hepatites virais é responsabilidade de toda a sociedade. Temos vacinas, testes e conhecimento sobre os riscos de transmissão. Cabe à população buscar informação, testagem e vacinação”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Para acessar o boletim completo, clique aqui: https://brasil61.s3.us-west-2.amazonaws.com/PDF/Boletim+Epidemiol%C3%B3gico+de+Hepatites+Virais.pdf