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Gravidez: beber álcool na gestação leva a alterações cerebrais no feto

Descubra como o consumo de álcool durante a gravidez pode afetar o desenvolvimento do cérebro e a aparência do bebê.

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O consumo de álcool, mesmo em quantidades baixas ou moderadas, por uma mulher grávida pode influenciar o formato do rosto e o desenvolvimento do cérebro do bebê. Em um novo estudo publicado na revista científica JAMA Pediatrics, pesquisadores descobriram que a bebida influencia as características faciais e também pode gerar conexões mais fracas entre diferentes partes cerebrais.

Há muito se sabe que ao ser exposto ao álcool durante a gravidez, um feto pode desenvolver um dos transtornos do espectro alcoólico fetal (TEAF). Dentre os principais sintomas, estão dificuldades de coordenação física, linguagem, memória, aprendizagem, função executiva, comportamento e defeitos congênitos.

Por isso, o grupo de cientistas da Bélgica, da Austrália e do Reino Unido acompanhou um grupo de mil mulheres, que estiveram grávidas no ano de 2011, por dez anos. A partir disso, investigaram se existiriam riscos do baixo consumo de álcool durante a gestação.

Com um questionário Fazendo Perguntas sobre Álcool na Gravidez (AQUA) e também utilizando imagens 3D altamente especializadas de ressonância magnética, a equipe observou mudanças consistentes no formato dos olhos e do nariz dos filhos das participantes. Elas apareceram em crianças expostas a doses relativamente baixas de álcool durante a gravidez tanto aos 12 meses quanto aos 6 a 8 anos de idade.

Segundo os pesquisadores, as alterações faciais não são perceptíveis a olho nu, mas possuem características parecidas entre as crianças, de forma que independe se elas foram expostas ao álcool apenas no primeiro trimestre ou durante todo o seu tempo de desenvolvimento como feto.

Por outro lado, não foram encontradas diferenças significativas no desenvolvimento cerebral entre aqueles expostos ao álcool e os que não foram. Porém, foram detectadas conexões mais fracas entre diferentes áreas do cérebro em crianças que foram expostas à bebida enquanto ainda estavam na barriga da mãe.

Isso foi o observado especificamente no cíngulo anterior caudal direito, pois suas vias de conexão diferiram em crianças com exposição ao álcool em qualquer estágio da gravidez. O que sugere, segundo os autores do estudo, que o cérebro é sensível mesmo a pequenas quantidades de álcool.

Assim como foram registradas conexões mais fracas na rede cerebral conhecida como rede córtico-gânglios basais-tálamo-cortical direita, relacionada com resolução de problemas, planejamento, tomada de decisões e regulação emocional.

Uma pesquisa anterior, da revista científica britânica Human Reproduction, também encontrou modificações nas faces de bebês expostos a bebidas alcoólicas quando eram fetos. Através de um sistema criado pelo líder do grupo de cientistas foi possível identificar que estas crianças tinham ponta do nariz arrebitado e encurtado, queixo avantajado para frente e pálpebra inferior virada para dentro.

– Encontramos uma associação estatisticamente significativa entre a exposição pré-natal ao álcool e o formato do rosto nas crianças de nove anos. Quanto mais álcool as mães bebiam, mais mudanças havia. Entre o grupo que bebeu na gravidez, verificamos que, mesmo que as mães tenham bebido muito pouco, menos de 12 g por semana, pode-se observar a associação entre a exposição à bebida e a estética facial – destacou o pesquisador Xianjing Liu, em comunicado.

(AG)

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.