Cintia Magno
Causada por um arbovírus, como são chamados os vírus transmitidos por artrópodes, a Febre Amarela é uma doença que pode vir a apresentar quadros graves, com a presença de hemorragias no trato gastrointestinal. Ainda no início do século XX, a doença infecciosa chegou a ser responsável por uma enorme quantidade de óbitos em todo o Brasil, porém, com o advento da vacina que previne contra a febre amarela, hoje o cenário é de controle da doença.
A médica Infectologista, mestra em Doenças Tropicais e docente do curso de Medicina do Cesupa, Eliane Regine Fonseca Santos, explica que a Febre Amarela é transmitida através da picada de mosquitos, sendo que no ambiente urbano o vetor é o mosquito Aedes aegypti e no ambiente silvestre é o mosquito Haemagogus. “Atualmente, apesar da grande infestação de Aedes aegypti no meio urbano, graças à vacina contra Febre Amarela, a maioria dos casos concentra-se no ambiente silvestre, mesmo assim, sob controle graças a ampla cobertura vacinal e a vigilância dos casos”.
Quando acometido pela infecção, o indivíduo pode apresentar sintomas como febre alta e de início súbito, dores de cabeça e no corpo, principalmente nas costas, além de náuseas, vômitos e icterícia (pele amarelada). “Nos casos graves, a amarelidão da pele se intensifica e podem ocorrer sangramentos principalmente na forma de hemorragias do trato gastrointestinal”, aponta a Dra. Eliane Fonseca. “Infelizmente, não há medicamentos específicos para tratar a febre amarela. O tratamento é feito com medicamentos para aliviar a febre e as dores, porém anti-inflamatórios e ácido acetil salicílico (AAS) não devem ser utilizados, pois aumentam o risco de hemorragias”.
- Combate ao mosquito diminui riscos
A infectologista Eliane Regine Fonseca Santos aponta que também são utilizados medicamentos para aliviar e prevenir sangramentos gastrointestinais em pacientes com febre amarela. Mas os casos graves devem ser tratados em unidades de terapia intensiva. “A reposição de líquidos é fundamental, assim como a de hemoderivados quando necessário”.
Para diminuir os riscos do desenvolvimento de quadros graves e de maior risco, o melhor é prevenir a infecção pelo vírus, combatendo o mosquito transmissor e, claro, aderindo à vacina contra a febre amarela, disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O mais importante para prevenir a Febre Amarela Urbana é o cuidado com o ambiente, com os criadouros do mosquito. Evitar qualquer forma de água parada onde o Aedes aegypti possa se reproduzir e manter a população vacinada”, finaliza Eliane Fonseca.
- FIQUE POR DENTRO DA FEBRE AMARELA
No Brasil, o ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio dos mosquitos do gênero Haemagogus. Os últimos casos de febre amarela urbana foram registrados no Brasil em 1942 e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.
Sintomas Iniciais:
*início súbito de febre;
*calafrios;
*dor de cabeça intensa;
*dores nas costas;
*dores no corpo em geral;
*náuseas e vômitos;
*fadiga; e
*fraqueza.
Orientação: Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e se você observou mortandade de macacos próximo aos lugares que você visitou, assim como picadas de mosquito.
Casos Graves:
*febre alta;
*icterícia;
*hemorragia;
*eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
COMPLICAÇÕES
*A maioria das pessoas melhora após os sintomas iniciais da febre amarela. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.
*Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Portanto, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas é fundamental buscar ajuda médica imediata.
Fonte: Ministério da Saúde.