ANA GABRIELA OLIVEIRA LIMA
SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – Exercício hipopressivo que combina respiração e postura, o LPF (Low pressure fitness ou fitness de baixa pressão, em português) pode reduzir a cintura e melhorar a prisão de ventre e a diástase. A técnica, que se popularizou com vídeos divulgados por praticantes nas redes sociais, precisa da orientação de especialistas para funcionar e não trazer danos à saúde.
“No LPF, o paciente puxa e solta o ar dentro de um tempo pré-estabelecido. Depois de soltar o ar, ele faz a apneia e a sucção do abdômen, o que gera uma pressão negativa”, afirma Thaiuana Maia, fisioterapeuta graduada pela UEL (Universidade Estadual de Londrina). A técnica respiratória é combinada a posturas diferentes, que podem ser feitas em pé, deitada, ajoelhada ou sentada.
Thayná Garcia, profissional de educação física com especialização em cinesiologia pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), indica que o LPF trabalha a musculatura profunda do abdômen, que funciona como uma cinta natural do corpo.
“Os músculos do abdômen possuem mais fibras de contração lenta do que de contração rápida, mas elas são negligenciadas durante a vida cotidiana ou no treinamento de academia”, pontua. “Quando trabalhamos [com o LPF] as fibras de contração lenta, acontece um espartilhamento natural que ajuda a manter a postura correta e normaliza a pressão da cavidade abdominal”.
Ainda segundo a especialista, a técnica promete a diminuição de 4 a 12 cm da cintura em 12 semanas. Outros benefícios são melhora na postura, diástase, incontinência urinária, prisão de ventre e desempenho esportivo. Se feito sem o acompanhamento adequado, porém, o resultado pode ser inverso, agravando algumas dessas condições..
“Muitas pessoas fazem na internet apenas para viralizar com os vídeos, sem técnica respiratória ou postural”, diz Garcia
A influenciadora Nathália Nogueira, 32, compartilha vídeos sobre a técnica nas redes sociais. Ela começou a praticar há cerca de 3 meses com a ajuda de uma plataforma de exercícios online. “Meu objetivo inicial foi afinar a cintura. Além da estética, o maior benefício que a técnica trouxe para mim foi a postura. Era ruim e melhorou 80%”. Ela compartilha o treino no Instagram, onde oferece dicas de beleza, moda e saúde.
A técnica de enfermagem Thâmara De Sá, 26, também mostra os treinos nas redes sociais. Segundo ela, o LPF foi importante para melhorar o quadro de diástase que desenvolveu após o nascimento do filho há um ano. Ela também notou melhora na prisão de ventre e a cintura mais fina.
“Não tive, em 5 anos fazendo abdominal, um resultado tão rápido quanto tive com o LPF. Perdi 11 cm nos últimos 6 meses”, afirma De Sá, que começou o treinamento com a orientação de uma amiga personal. De forma complementar, ela faz exercícios aeróbicos para emagrecer.
“Como a prática gera uma pressão negativa dentro do abdômen, ela estimula a aproximação das fibras durante a contração e ajuda a tratar a diástase, que é o afastamento das musculaturas do reto abdominal seja pelo efeito sanfona ou pela gestação”, indica a fisioterapeuta Thaiuana Maia.
A prisão de ventre melhora porque a técnica trabalha a mobilização indireta das vísceras pela ação do diafragma, ajudando na função intestinal. A profissional pontua que algumas pessoas podem sentir incômodo durante a prática, geralmente na região do ombro e das escápulas, mas que ela é segura.
Segundo Thayná Garcia, a maioria das mulheres começa a fazer o LPF para afinar a cintura, mas permanece por outros benefícios que acentuam a qualidade de vida. No caso dos homens, o principal interesse é a melhora postural. A técnica é contraindicada para pessoas grávidas ou com doença de Crohn, condição inflamatória do trato gastrointestinal.
Garcia ressalta a importância de procurar um profissional capacitado para conduzir o treino, como educadores físicos e fisioterapeutas especializados, e de combinar a prática com boa alimentação e exercício físico para complementar os resultados.
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