Cintia Magno
O clima de confraternização e festa pela chegada de um novo ano pode favorecer a saída da rotina alimentar a que o indivíduo está acostumado. Apesar disso, o ideal é não exagerar na alimentação e no consumo de bebidas alcoólicas para evitar mal-estar e a famosa ressaca no dia seguinte. Quando o desequilíbrio já aconteceu, porém, resta seguir algumas orientações para amenizar os efeitos no organismo.
A nutricionista Thais Veloso aponta que o consumo exagerado de álcool pode gerar efeitos nocivos ao organismo tanto a longo prazo, como problemas de pressão alta e doenças cardíacas, quanto a curto prazo. De maneira mais imediata, um efeito muito conhecido é a famosa ressaca, que costuma acompanhar o dia seguinte de uma noite de festejos como é o caso do Réveillon.
“No curto prazo a gente tem efeitos como a própria ressaca, gases, diarreia, azia, náuseas e a dor de cabeça como consequência do consumo exagerado do álcool”, pontua. “O essencial, para não chegar nessa condição de ressaca, seria manter a rotina de alimentação normal e consumir bastante água”.
Thais lembra que, normalmente, em situações de festa como a virada do ano, muita gente acaba não se alimentando direito e, ainda assim, consome bastante bebida alcoólica. Essa combinação é um fator que acaba fazendo com que muita gente passe mal no dia seguinte, até mesmo em decorrência da desidratação facilitada pelo álcool. “Por isso o ideal é consumir água entre um copo de outro de cerveja, por exemplo, porque ajuda a evitar desidratação”, aponta.
“Também é recomendável consumir alimentos ricos em água, como melancia e melão, legumes e verduras cozidas e evitar alimentos gordurosos”.
PÓS-CONSUMO
A recomendação de evitar gorduras também vale para o pós-consumo de álcool. O ideal é consumir alimentos leves e líquidos. Um hábito culturalmente difundido por quem já enfrentou uma ressaca é o consumo de sopa, o que é recomendado pela nutricionista, porém, dando preferência para sopas mais leves.
“A sopa pode ajudar a hidratar, mas o ideal é a sopa de legumes, as sopas mais leves”, considera Thais, ao comentar sobre uma sopa que costuma ser muito consumida diante de uma ressaca, a sopa de mocotó. “O mocotó possui colágeno, que é uma proteína que ajuda a recuperar o sistema imunológico, o que é bom, mas vai depender do preparo desse mocotó. Se for uma sopa de mocotó que usar muito óleo ou azeite na sua preparação, não seria a melhor opção”.
A sopa de mocotó e a de carne são as mais pedidas no box da autônoma Iraildes Cardoso, que há quase 50 anos trabalha com a venda do alimento na Feira da 25. Ela conta que sua venda funciona diariamente de 8h até as 22h e que, não por acaso, nas segundas-feiras a procura pelas sopas chega a duplicar em relação aos demais dias da semana.
“Na segunda-feira dobra o movimento. Eles já vêm tomar a sopa logo de manhã que é pra levantar e ajuda a levantar mesmo!”, garante. “No domingo do Natal a gente recebeu muita gente e no domingo do Ano Novo vamos abrir de novo pra esperar o pessoal que vai precisar de uma boa sopa para curar a ressaca”.