CIÊNCIA E SAÚDE

EUA aprovam nova terapia para pessoas com Parkinson

Dispositivo que fica sob a pele libera apomorfina de forma contínua para o tratamento em adultos com o diagnóstico avançado

Foto: Tony Winston/ Agência Saúde-DF
Foto: Tony Winston/ Agência Saúde-DF

A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, aprovou uma nova terapia para pessoas com doença de Parkinson. O Onapgo, desenvolvido pelo laboratório Supernus Pharmaceuticals, é um dispositivo de infusão subcutânea, ou seja, que fica sob a pele, liberando apomorfina de forma contínua para o tratamento de flutuações motoras em adultos com o diagnóstico avançado.

A terapia é a segunda de infusão subcutânea para a doença, mas a primeira composta de apomorfina. A substância, derivada da morfina, é um agonista de dopamina – age imitando a sua ação ao interagir com os receptores do neurotransmissor no sistema nervoso central. Isso é importante porque a dopamina influencia o movimento e é reduzida em pacientes com Parkinson.

“A aprovação do Onapgo hoje significa que os pacientes nos EUA que não estão respondendo bem ao seu regime de tratamento atual, incluindo levodopa, agora terão a opção de usar um dispositivo pequeno e leve para fornecer uma infusão contínua sem a necessidade de um procedimento cirúrgico invasivo”, diz Rajesh Pahwa, professor de Neurologia na Escola de Medicina da Universidade do Kansa e pesquisador do Onapgo, em nota.

O diretor do Centro de Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento de Boca Raton, Flórida, e investigador clínico do novo medicamento, Stuart Isaacson, explica que o levodopa, remédio mais utilizado para tratar o Parkinson, pode se tornar menos eficaz ao longo do tempo em parte devido à variabilidade na absorção gastrointestinal do fármaco, que é de uso oral.

“Com o Onapgo, a infusão contínua de apomorfina estimula diretamente os receptores dopaminérgicos pós-sinápticos sem necessidade de conversão metabólica. Além disso, a administração subcutânea de apomorfina contorna o trato gastrointestinal e entra no cérebro, o que pode permitir uma melhora mais previsível dos sintomas”, diz, sobre o novo implante.

A farmacêutica espera disponibilizar o dispositivo nos EUA no segundo trimestre deste ano. A aprovação dos EUA teve como base um estudo de fase 3 que durou 12 semanas e avaliou a segurança e a eficácia do dispositivo. Durante os testes, os participantes que receberam o Onapgo apresentaram quase duas horas a menos de tempo “off” e quase três horas a mais de tempo “on” por dia, em comparação com os voluntários que receberam placebo. (AG)