Imagine que o seu intestino tem uma infinidade de bactérias benéficas e que, para ajudar a manter sua saúde, também precisam ser alimentadas corretamente. É assim que voltamos a abordar os alimentos probióticos e probióticos, já citados nas edições anteriores da atual temporada da Série Dr. Responde.
“As bactérias benéficas do intestino são agentes vivos, agentes benéficos. São coisinhas microscópicas que fazem bem para o meu corpo. E eles precisam de alimento. Então, eles são em conjunto chamados de probióticos, que são as bactérias benéficas intestinais. E eles precisam dos prebióticos, que são as fibras que alimentam essas bactérias, para se manterem em diversas espécies”, apresenta a biomédica e nutricionista Maria Viana.
“Como eu brinco com os pacientes, dessas famílias de bactérias, para se manterem variadas, se manterem saudáveis no meu intestino, em boa quantidade. Então, se eu dou aditivos químicos, açúcar refinado, gordura saturada, que são coisas que não alimentam as bactérias, elas vão morrer”, ressalta. “Vão ficar ali algumas espécies que são mais resistentes, elas vão entrar em desequilíbrio, e isso vai gerar uma perda de saúde intestinal, uma perda de imunidade, o intestino que sofre essas consequências”.
Alimentação 80% saudável mantém saúde intestinal
A nutricionista observa que o intestino é o “segundo cérebro”. “Não digo só o segundo cérebro, mas que está associado às emoções, à produção de neurotransmissores, mas também muito relacionado ao sistema imune. Saúde do intestino é a nossa imunidade”, observa.
De acordo com a especialista, esse cuidado com o órgão está associado diretamente com a imunidade. “Tudo que a gente come passa pelo intestino. Não tem como eu colocar alguma coisa na minha boca e ela não afetar diretamente o intestino. Então, na verdade, a gente tem que cuidar de tudo e uma dieta 100% correta, maravilhosa, diferente da gente ter, mas fazer uma proporção que não prejudique esse equilíbrio da microbiota, porque quando a gente fala de saúde intestinal, a gente fala de equilíbrio da microbiota”, destaca.
Agora além das bactérias benéficas, o intestino também é residência de bactérias ruins. “Povoam o intestino muitos tipos de bactérias, que a gente chama de cepas bacterianas, e algumas delas não são interessantes, óbvio, porque tem a microbiota do alimento que a gente vai consumir. Mas, o importante é que o desequilíbrio da nossa microbiota, das nossas bactérias benéficas, não seja afetado”, pontua.
“Eu costumo dizer para os pacientes, assim, embora manter o equilíbrio, que seria a proporção de 80 por 20. Uma alimentação 80% saudável, ela mantém essa saúde intestinal, ela mantém esse equilíbrio bacteriano das bactérias que vão fazer o meu intestino funcionar corretamente, que vão fazer com que o bolo fecal seja bem formado. E os 20% que acaba dentro de uma sociedade, dentro de uma socialização, de uma alimentação ocidental, acaba sendo incluído”, calcula.
E quais são esses itens que se encaixam nos 20%? “São os alimentos que infelizmente têm alguns aditivos, que são minimamente processados, mas que vão ter um corante, um conservante, mas que não vai ter um consumo tão exagerado ao ponto de ocasionar um desequilíbrio da microbiota e afetar a minha saúde intestinal”, relata.
Meu Bem Meu Mal
Diferenças entre as bactérias
Bactérias do Bem (Probióticas)
Funções:
– Ajudam na digestão e absorção de nutrientes.
– Fortalecem a barreira intestinal, reduzindo inflamações.
– Produzem vitaminas (como B12 e K2) e ácidos graxos de cadeia curta (como butirato), que nutrem as células do intestino.
Notícias Relacionadas
– Protegem contra infecções por bactérias nocivas.
Exemplos:
– Lactobacillus (presente em iogurtes naturais e alimentos fermentados).
– Bifidobacterium (encontrado em kefir e vegetais fermentados).
Bactérias do Mal (Patogênicas)
Riscos:
– Produzem toxinas que danificam a mucosa intestinal.
– Podem causar disbiose (desequilíbrio bacteriano), levando a gases, diarreia e constipação.
– Estão ligadas a doenças crônicas, como síndrome do intestino irritável (SII) e diabetes.
Exemplos:
Clostridium difficile (associada a infecções graves após uso de antibióticos).
Escherichia coli (algumas cepas causam intoxicação alimentar).
Como Manter o Equilíbrio?
1. Consuma fibras (grãos integrais, legumes, frutas) – elas alimentam as bactérias boas.
2. Evite açúcar e ultraprocessados – eles favorecem bactérias prejudiciais.
3. Use probióticos naturais (kefir, kombucha, chucrute) para repor microrganismos benéficos.
Fontes: Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology* (2023). Papel do microbioma na saúde intestinal. Gut Microbes* (2022). Impacto de probióticos na prevenção de doenças.
Cell Host & Microbe (2024). Relação entre bactérias patogênicas e inflamação crônica.
