SAÚDE

Entenda as diferenças entre algumas doenças respiratórias

Para infectologista, primeiramente é preciso entender que a virose é toda doença causada por vírus, como o resfriado, influenza e Covid e cada uma dessas condições tem suas próprias características

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A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrou, em 2024, 9.726 óbitos, sendo notificados 158.788 casos no país.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) segue em alta em várias localidades. Foto: Divulgação

Embora os sintomas de resfriado, gripe e Covid-19 sejam semelhantes, existem diferenças importantes que ajudam na identificação correta. O resfriado, por exemplo, geralmente é leve, manifestando-se com dor de cabeça, coriza, espirros e congestão nasal, raramente causando febre e durando cerca de três dias.

A gripe, por outro lado, costuma ser mais intensa, com sinais sistêmicos mais evidentes e tem duração de mais de três dias. É o que explica a médica infectologista Andréa Beltrão, 54.

Para ela, primeiramente, é preciso diferenciar começando por entender que “a virose é toda doença causada por vírus, como o resfriado, influenza e Covid”, ou seja, a virose não é uma doença específica, mas sim um termo genérico que engloba várias infecções virais. Cada uma dessas condições tem suas próprias características, modos de transmissão e potenciais complicações, o que torna crucial o diagnóstico preciso para evitar tratamentos inadequados que possam agravar o quadro clínico.

“Após a fase inicial de infecção viral, que pode incluir febre e mal-estar, o corpo pode entrar em uma fase inflamatória, que pode ser mais grave, como ocorre em alguns casos de Covid-19”, acrescenta. Observar a evolução dos sintomas também é importante.

“Sintomas como febre e dor no corpo são comuns em várias dessas doenças, mas a falta de ar ou cansaço repentino, assim como sangramento e até vermelhidão nos olhos, são sinais de alerta que indicam a necessidade de procurar atendimento médico imediato, principalmente em casos de gripe ou suspeitas de complicações relacionadas a Covid-19”, destaca.

Embora as temperaturas elevadas durante o verão não favoreçam diretamente a proliferação dos vírus, a oscilação entre alta exposição ao sol, calor intenso, e entrada em ambientes com menor temperatura podem agravar quadros respiratórios. “Podem facilitar uma complicação, comprometendo a mucosa oral e as vias aéreas, o que pode facilitar a proliferação de bactérias e alterar o quadro”, esclarece.

A influenza, na fase inicial, causa sintomas que duram de 3 a 5 dias. Em alguns casos, os sintomas persistem, especialmente se houver suspeita de H1N1 – uma cepa do vírus influenza, especificamente do tipo A, que é conhecida por causar sintomas graves–.

Quando os sintomas estão bem intensos e o paciente tem fatores de risco, como doenças cardíacas ou pulmonares, “pode ser necessário o uso de medicamentos antivirais, como o Tamiflu, que é indicado para reduzir a viremia – o tempo de permanência do vírus no sangue. Além disso, essas doenças podem alterar a flora pulmonar e levar a uma pneumonia bacteriana”, ressalta a médica.

“Com a vacina, os sintomas vêm bem mais leves e, em alguns casos, não é preciso fazer o diagnóstico”, diz a médica sobre a Covid-19. No entanto, mesmo com os avanços da vacinação contra a doença, ainda é importante prevenir a transmissão do vírus, especialmente em ambientes com grande circulação de pessoas.

“Se você estiver com sintomas gripais, use máscara, e se precisar estar em ambientes aglomerados, avise que a utilizará porque está com sintomas virais; lave sempre as mãos para não contaminar o ambiente; e tome cuidado redobrado em casos de quadro mais grave”, indica.

automedicação

Outro ponto importante é o risco da automedicação. “É comum que as pessoas, ao perceberem que não estão melhorando, recorram ao uso de antibióticos por conta própria, o que pode ser perigoso. Temos, por exemplo, uma pessoa que pode estar apenas tendo uma tosse, e nesse quadro é melhor não tomar antibiótico”, aconselha.

O uso inadequado desses medicamentos não só é ineficaz contra vírus, como também pode contribuir para o desenvolvimento de resistência bacteriana. “Porém, se depois de 3 dias a pessoa continuar piorando, o ideal é procurar um especialista para escutar o pulmão e fazer um hemograma para avaliar qual medicamento receitar, como é o caso de corticoides”.