Ana Laura Costa
Da dificuldade de concentração e déficit de aprendizado no início da idade escolar, à impulsividade, problemas sociais e de desenvoltura nas funções designadas no ambiente de trabalho. Esses sintomas podem estar associados aos Transtorno de Déficit de Atenção (TDA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
A princípio, podem ter sinais parecidos, mas não são iguais. Na infância, o TDA se caracteriza, principalmente, a comportamentos exageradamente dispersos, principalmente em ambiente escolar durante as aulas. Desatenção, problemas relacionados à memória, atenção, desorganização e concentração interferem na aprendizagem da criança e na conclusão de atividades escolares, afetando o seu desempenho.
Já o TDAH, ocorre quando, além da falta de atenção, a criança também apresenta comportamento hiperativo, que pode ser motora ou cerebral. De acordo com a neuropsicóloga Carmem Sisnando, o TDAH é mais fácil de identificar por conta dessa inquietude. “É muito comum que as pessoas confundam a hiperatividade com crianças mal-educadas ou sem limites, mas, por trás dessa inquietação, há algo que vai além do controle daquela criança”, ressalta.
LEVANTAMENTO
De acordo com levantamento da Associação Brasileira do Défict de Atenção (ABDA), a nível mundial, o número de casos de TDAH varia entre 5% e 8%. No Brasil, o transtorno afeta de 3% a 5% das crianças já na idade escolar.
Ainda segundo Sisnando, uma criança agitada nem sempre pode ser uma criança com TDAH, assim como a desatenção pode não significar que a criança tenha TDA. Por isso a importância do diagnóstico e acompanhamento profissional. “Nem sempre uma distração, um esquecimento ou agitação podem ser sintomas de uma criança com os transtornos, por isso a importância e necessidade do diagnóstico e acompanhamento profissional qualificado”, aponta.
Informações da ABDA ainda apontam que 2 milhões de pessoas são prejudicadas pelo transtorno no Brasil, afetando 4% da população adulta. Deve-se ressaltar, um adulto que recebe um laudo novo de TDA ou TDAH conviveu toda a sua vida com o transtorno — ele apenas não sabia disso.
E na fase da vida, os sinais do TDAH costumam ser um pouco diferentes. “Os sintomas permanecem na fase adulta, a vida acadêmica e a carreira profissional podem ser afetadas, mas, por condições sociais, é normal que sejam maquiados. No ambiente de trabalho, por exemplo, a inquietação, ao se levantar numa reunião importante; a desorganização; dificuldade em cumprir prazos e tarefas diárias e esquecimentos são sinais da pessoa adulta que vive com o transtorno e pode afetar a sua performance”, salienta Sisnando.
TRATAMENTO
É válido ressaltar que os Transtorno de Déficit de Atenção (TDA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) não tem cura, deve-se tratar de acordo com o diagnóstico de cada pessoa. O acompanhamento de uma especialista em todo o processo garante que o tratamento seja eficaz e o indivíduo consiga desenvolver suas habilidades sociais e profissionais.
“Cada pessoa é uma pessoa, então, após realizado o diagnóstico, o paciente pode iniciar o tratamento com fármacos indicados por especialistas que conheçam e trabalhem com a temática, psicoterapia ou até com a prática de esportes e atividades que desenvolvem o foco, caso seja necessário”, afirma a neuropsicóloga.