O Brasil ficou impactado nesta quinta-feira com o anúncio do diagnóstico de demência por corpos de Lewy (DCL) no cantor Milton Nascimento, de 82 anos. Um dos tipos mais comuns de demência, a DCL é uma enfermidade neurodegenerativa lenta e progressiva que atinge principalmente pessoas acima de 60 anos — sobretudo homens — causando prejuízos cognitivos, motores e comportamentais.
A doença se caracteriza pela formação de aglomerados anormais da proteína alfa-sinucleína nos neurônios e nos espaços entre eles, instalando-se no córtex, tronco cerebral e mesencéfalo. Esses depósitos tóxicos degeneram células cerebrais e podem aparecer também em pacientes com Alzheimer ou Parkinson. Quanto mais cedo o acompanhamento começar, maior a chance de retardar os danos e preservar funcionalidades.
Sintomas e Diagnóstico da Demência por Corpos de Lewy
Sintomas mais comuns da DCL
Os sinais da demência por corpos de Lewy podem se sobrepor aos de Alzheimer e Parkinson, o que torna o diagnóstico diferencial um desafio. Entre os sintomas mais frequentes estão:
• Flutuação cognitiva — períodos de desempenho mental bom alternando com confusão marcada;
• Alterações motoras — rigidez, tremores, bradicinesia, quedas frequentes;
• Perturbações no sono REM — ações físicas durante o sono, sonhos representados fisicamente;
• Alucinações visuais — muito comuns e recorrentes;
• Sintomas autonômicos — alterações na pressão arterial, incontinência, disfunções involuntárias;
• Mudanças de humor e comportamento — depressão, ansiedade, irritabilidade;
Como é feito o diagnóstico da DCL
Como é feito o diagnóstico
Nenhum exame isolado confirma a DCL. O diagnóstico envolve:
• Avaliação clínica detalhada (histórico, exame neurológico);
• Exames de imagem (tomografia, ressonância) — usados para descartar outras causas;
• Polissonografia — para identificar distúrbios do sono REM;
• Testes cognitivos — memória, atenção, percepção de alucinações;
Prevenção, Tratamento e Suporte à DCL
Existe prevenção?
Ainda não há evidências de medidas que previnam o aparecimento da DCL. O principal fator de risco reconhecido é o envelhecimento.
Tratamento e suporte
Embora não haja cura, terapias podem aliviar os sintomas e retardar a progressão da doença:
• Medicamentos inibidores de colinesterase (como rivastigmina, donepezil) têm mostrado eficácia nos aspectos cognitivos;
• Clonazepam e melatonina podem ser usados para manejar distúrbios do sono REM;
• Apoio não farmacológico — fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia — também é fundamental.
• Estímulo de atividade física e alimentação balanceada ajudam a melhorar a qualidade de vida.