Como já vimos no primeiro suplemento da Série Dr. Responde – ‘Intestino em Alerta – O que seu corpo está tentando dizer’, as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), são condições crônicas, que provocam inflamação no revestimento interno do tubo digestivo – da boca ao ânus.
“As duas formas mais conhecidas são a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa. Elas não são a mesma coisa que um simples ‘intestino irritado’ — aqui, estamos falando de um quadro mais complexo, com inflamações reais que podem causar dor, sangramento, diarreia frequente, emagrecimento, fadiga intensa e se não tratadas podem evoluir para o câncer intestinal”, observa o Dr. Fernando Lemos, médico cirurgião, coloproctologista e mantenedor do canal no YouTube ‘Planeta Intestino’.
A Doença de Crohn chamou a atenção recentemente por ter sido diagnosticada no jornalista Evaristo Costa, o que despertou a curiosidade em se conhecer mais sobre a enfermidade.
Segundo o glossário do Ministério da Saúde, Crohn é uma doença crônica que não tem cura. As terapias disponíveis ajudam a reprimir o processo inflamatório desregulado, com a redução da inflamação e o controle dos sintomas.
Em seu perfil no Instagram, Evaristo Costa comentou a busca por uma vida o mais normal possível mesmo com o diagnóstico. “Ainda não consegui, ainda não aprendi a lidar com ela [doença de Crohn]. Ainda tenho muita dificuldade, ainda não encontrei o remédio certo para estabilizá-la. Então ainda convivo com os sintomas, que são terríveis”, admitiu.
Os sintomas relatados pelo jornalista comumente são diarreia, cólica abdominal, febre frequente e, em alguns casos, sangramento retal, conforme o Ministério da Saúde. Alguns pacientes também sofrem perda de apetite e de peso corporal.
Com episódios de diarreia que podem iniciar de forma lenta ou súbita, o paciente pode apresentar dores articulares e lesões na pele associadas. O desconforto abdominal e a diarreia geralmente ocorrem após a alimentação. Na região do ânus podem surgir hemorróidas, fissuras, fístulas e abscessos.
A gastropediatra Daniela Imbiriba pontua que “as doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, são especialmente prevalentes, com aumento do número de casos nos últimos anos”.
A melhor forma de prevenção, segundo a médica, é “estimulando hábitos de vida saudáveis desde a infância, estimulando consumo de alimentos naturais, ricos em fibra, ingesta adequada de água e atividade física como rotina”.
Como se observa, a necessidade de ter uma boa qualidade de vida é fundamental para manter o trato gastrointestinal funcionando sem intercorrências. “A saúde do intestino reflete nossos hábitos e estilo de vida. Um intestino que não funciona bem, interfere no nosso humor e até no convívio social”, complementa.
PARA ENTENDER
DIAGNÓSTICO
A doença de Crohn é diagnosticada por meio de exames de imagem como raio-x e endoscopias, além de exames de sangue. O tratamento é feito em etapas, através de um sistema que mede a atividade da doença com base no número de evacuações, de dores abdominais e da indisposição geral, entre outros sintomas. Caso o paciente tenha um quadro mais leve, a evolução da enfermidade pode ser acompanhada por um clínico.