Trayce Melo
Quando se ouve falar em diabetes, é comum relacionar a doença ao açúcar. Entretanto, para se prevenir, é preciso saber que existem vários fatores a serem considerados. Dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF), revelam que o número de pessoas com a doença aumentou em 74 milhões, totalizando 537 milhões de adultos no mundo em 2021.
Esses números podem chegar a 643 milhões em 2030 e 783 milhões em 2045. Ainda segundo os dados da IDF, o Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos).
Com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a prevenção da doença, é realizado nesta segunda-feira (26), o Dia Mundial do Diabetes. A data foi escolhida pela Federação Internacional de Diabetes e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1991.
Segundo a médica endocrinologista Milena Caldato, a diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina, ocasionando altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente. Também é conhecida como diabetes mellitus.
TIPOS
“Os tipos mais comuns de diabetes são o tipo 1, que é falta de produção de insulina e diabetes tipo 2 que é resistência a ação da insulina. Cerca de 95% dos casos de diabetes que nós temos no dia a dia são do tipo dois, ou seja, o tipo que é mais possível de se fazer a prevenção”, explica.
A médica lembra que a doença está diretamente associada ao sobrepeso e sedentarismo. “A diabetes realmente é uma doença que tem uma possibilidade muito real de ser prevenida, porque a diabetes tipo 2 tem uma associação poligênica e multifatorial. Dessa forma, quando eu tenho uma tendência (doença que é multifatorial), ela tem vários genes envolvidos, mas também tem uma forte influência de fatores ambientais, como: alimentação, atividade física e o não sobrepeso. Nesse caso, o fator de risco para diabetes tipo 2 tem a ver com vida sedentária, com ganho de peso e o consumo excessivo de açúcar. Quanto mais ativa for a pessoa, menor o risco de desenvolver diabetes”, pontua.
“Já a diabetes tipo 1, ela já não tem tanto essa possibilidade de prevenção, porque ela é muito relacionada a não produção de insulina. Nesse sentido é mais depois do diagnóstico fazer um bom tratamento”, atenta.
Cuidar da alimentação, orienta ela, também é fundamental. “O ideal é evitar açúcares em geral, doces e também as bebidas açucaradas, e ainda equilibrar a quantidade de massas e evitar os alimentos processados e ultraprocessados”, alerta.
Milena Caldato conta que o diagnóstico da diabetes não é difícil. “É uma das doenças mais fáceis de ser diagnosticada. Ela é na verdade uma patologia de fácil diagnóstico e difícil tratamento. O diagnóstico é feito com duas medidas de glicose em jejum em que o valor de glicemia esteja igual ou superior a 126 mg/dL ou estar com a glicose superior a 200 mg/dL. Depois disso, irão classificar que tipo de diabetes, a gravidade, a necessidade de tratamento e o tipo de tratamento”, exemplifica.
O tratamento da diabetes significa manter uma vida saudável, evitando diversas complicações que surgem em consequência do mau controle da glicemia. Altas taxas de açúcar no sangue, por tempo prolongado, podem causar sérios danos à saúde: cegueira, insuficiência renal, ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e amputação de membros inferiores.
“A importância de hábitos saudáveis para prevenção e controle é vital, porque sem os hábitos saudáveis, mesmo a diabetes tipo 1 (que não tem prevenção), se não tiver hábitos saudáveis eu não consigo controlar. Não adianta só usar insulina e não fazer uma dieta mais adequada. Porque eu não consigo evitar a complicação crônica”, conclui Milena Caldato.