Irlaine Nóbrega
Diabetes é uma doença causada pela deficiência na produção do hormônio insulina pelo pâncreas, responsável por manter o controle de açúcar no sangue. Com o equilíbrio prejudicado, a glicose fica em excesso na corrente sanguínea, provocando consequências graves à saúde. Por isso, o Dia Nacional do Diabetes, hoje (26), tem o intuito de disseminar informações sobre prevenção e controle da doença que cada vez mais tem apresentado alta taxa de portadores no Brasil.
São aproximadamente 20 milhões de brasileiros que convivem com o diabetes, de acordo com dados do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país está em 5º lugar do ranking mundial com mais pessoas com diabetes, ocupando o 3º lugar quando se trata de diabetes tipo 1, conforme a Federação Internacional de Diabetes (IDF).
Apesar de ser bem comum, a patologia ainda tem um alto índice de ausência de diagnóstico por falta de sintomas claros. Aumento de idas ao banheiro, excesso de sede e fome formam a tríade clássica de indicativo para o diabetes. Por isso, todo indivíduo acima de 40 anos de idade tem que realizar exame glicêmico uma vez ao ano, já que a doença é assintomática e muitos pacientes nem sabem que têm diabetes.
“Existem vários tipos de diabetes, o mais comum é o tipo 2, que corresponde a 70% dos casos, onde há diminuição da produção de insulina pelo pâncreas. Esses casos ocorrem mais em adultos a partir de 40 anos de idade e, por isso, indivíduos nessa faixa etária têm que fazer exame de glicemia anualmente. Existe também o tipo 1, que corresponde a 10% dos casos e acontece mais em crianças e adolescentes. Nesses casos, ocorre a destruição das células que produzem a insulina e o paciente tem que fazer o uso da insulina injetável”, esclarece o endocrinologista Rubens Tofolo.
O tratamento da doença é feito com administração de medicamentos, além da mudança de estilo de vida. O paciente deve seguir dieta pobre em carboidratos e fazer atividades físicas aeróbicas de intensidade moderada cerca de uma hora, três vezes por semana, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“O problema não é a doença em si, mas as complicações oriundas do diabetes. Então, o paciente precisa fazer o que o médico endocrinologista está pedindo, além de ir ao oftalmologista todo ano porque a doença pode lesionar a retina e causar cegueira. Ele também tem que ir todo ano no cardiologista porque aumenta, e muito, problemas cardiovasculares, principalmente as chances de infarto”, alerta Rubens Tofolo, presidente regional da Sociedade Brasileira de Diabetes.
O aumento exponencial da obesidade no mundo é a grande preocupação relacionada ao diabetes. Somente no Brasil, cerca de 30% da população é considerada obesa. “A gente tem visto muitos casos tipo 2 em crianças e adolescentes. Esse tipo de diabetes não aparece muito nessas fases da vida. Por isso, é muito importante essa conscientização dos pais para que crianças façam atividades físicas e tenham uma alimentação mais saudável possível, ingerir menos fast food e produtos industrializados”, orienta.