O final do ano é de expectativas para muitos. As festividades e celebrações ao lado de familiares, amigos e colegas de trabalho são aguardadas com entusiasmo. No entanto, nem todos compartilham dessa alegria. Uma significativa parcela da população enfrenta sofrimento e episódios de ansiedade durante essa época do ano, levando à popularização do termo “dezembrite” para descrever essa condição.
De acordo com a psicóloga Joelma Martins, essa situação costuma estar ligada a elementos como a análise do ano que se encerra, que pode envolver promessas não cumpridas, perdas e objetivos que não foram atingidos.
“Dezembro é conhecido como um mês que simboliza o encerramento de diversos ciclos. Nessa época do ano, todos passam por um ritual de transição, entre um ano que se foi e outro que vai começar. Então é comum sentir angústia e nostalgia e, ao mesmo tempo, entusiasmo com tudo o que está por vir. Mas para indivíduos que enfrentam transtornos mentais, essa mudança pode se tornar um processo muito mais doloroso”, esclarece.
Joelma afirma que esse sentimento pode surgir em pessoas que, ao refletirem sobre suas conquistas ao longo do ano, percebem que “viviam no piloto automático”. “No final do ano, elas se dão conta de que não alcançaram os objetivos que desejavam. Isso resulta em frustração e angústia que surgem no meio do caos típico do ‘dezembrite’”, pontua.
Joelma menciona que alguns sinais frequentes da condição do final do ano incluem irritabilidade sem explicação clara, sentimentos de culpa ou decepção, e um cansaço tanto emocional quanto físico. Também é comum a ansiedade para “dar conta” de todas as tarefas antes do término do ano, além de insônia ou um sono inquieto, entre outros.
A psicóloga enfatiza a importância de reconhecer que, apesar de se tratar de um período de festividades e de celebração ao lado de pessoas queridas, aqueles que enfrentam questões de saúde mental podem ver seus sintomas agravados durante as festividades de fim de ano.
Portanto, é fundamental ter um olhar atento ao decidir sobre a pausa nas sessões de terapia, para aqueles que já estão em acompanhamento. Além disso, para aqueles que ainda não contam com o suporte de um profissional da psicologia, essa pode ser uma ótima oportunidade para começar. De acordo com a especialista, é fundamental analisar se existe um padrão que se repete ao final de cada ano e refletir sobre o que pode ter provocado essa reação.