Dr. Responde

Cuidados com a vida futura precisam começar o quanto antes

Lorena Soeiro adota uma rotina saudável. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.
Lorena Soeiro adota uma rotina saudável. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Carol Menezes

Não faz muito tempo que os médicos diziam que hábitos simples, como evitar excesso de sal e açúcar, eram suficientes para garantir um envelhecimento tranquilo. Hoje essa realidade é bem diferente e há uma enorme gama de orientações e recomendações que podem contribuir e muito para que o avanço da idade seja suave e bem vivido – seguidas não somente por idosos, mas também por pessoas que já na vida adulta fazem sua parte para que a terceira idade seja de qualidade.

O clínico geral Luís Damasceno reconhece que a correria do dia a dia faz com que atropelemos ou faz com que tentemos “enganar” os sinais que o corpo dá, seja de cansaço, dificuldade de dormir, desmotivação, dores. Daí se faz interessante pensar que na vivência dessa sobrecarga, a prevenção é um ato importante na ação de identificar esses alertas enunciados a fim de agir antes que ocorra, por exemplo, um afastamento no trabalho em função de uma doença.

“No consultório, procuro alertar e conscientizar meus pacientes sobre essa importância na prevenção, esclarecendo que sintomas comuns como dor de cabeça, fraqueza, falta de ar, perda ou ganho de peso repentino são sinais importante de um possível desequilíbrio no organismo. O que nos afeta hoje pode estar associado a doenças mais sérias no futuro, e devem ser investigados sempre que os sintomas forem persistentes”, orienta o médico.

O profissional reforça que, independentemente da idade, uma rotina saudável, que inclua alimentação equilibrada, sono de tempo e qualidade e atividades físicas regulares compõem os pilares de uma qualidade de vida a ser automatizada pelo organismo com o passar do tempo.

“Torna-se algo primordial para prevenção de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, já que promovem a melhora da imunidade”, complementa.

O clínico geral fortemente recomenda fugir do “rápido”, do ultraprocessado e de tudo o que contenha excesso de açúcares, sal, álcool e gorduras, bem como investir em uma vida não sedentária. “A prevenção é fundamental na expectativa de uma vida de qualidade, e isso ganha ainda mais força quando os pacientes são idosos, mais propensos a serem acometidos por doenças degenerativas, por exemplo”, insiste.

A professora estadual Lorena Soeiro, de 42 anos, há bastante tempo entendeu que precisaria adotar uma rotina saudável para ter uma vida saudável, a qualquer idade. Todo esse entendimento ganhou mais força quando ela descobriu, há quatro anos, ser intolerante ao glúten. Nessa mesma época ela foi liberada pelos médicos após cirurgias reparadoras e fisioterapia necessárias em função de um acidente para praticar exercícios físicos. Ali foi a virada de chave.

“Comecei a melhorar ainda mais minha alimentação, priorizando comida de verdade, bastante salada, água. Retirando refrigerante e até evito sucos. Eventualmente comecei a praticar o jejum intermitente três, quatro vezes por semana e tento aumentar minha ingestão de proteínas. Malho de duas a três vezes por semana em academia e faço exercícios na praia da cidade onde trabalho durante a semana. Também faço uso de 12 suplementos todos os dias”, relata.

A rotina de cuidados é motivo de piada entre os colegas de trabalho de Lorena, mas ela diz que não liga para as “encarnações”. E todo esse zelo não significa uma vida de privações, portanto nos finais de semana ela se dá uma folga da dieta e às vezes até dos exercícios. “Sei que estou investindo em saúde, em um futuro melhor e autossuficiente. Tenho consciência de que, caso eu não fizesse essa rotina de cuidados durante a semana, não teria tanta disposição assim. Com o aumento da expectativa de vida, devemos nos preocupar em ganhar mais músculos para termos um futuro saudável e independente”, justifica.