Cintia Magno
Apesar de os primeiros relatos da cromoblastomicose (também chamada de cromomicose) terem ocorrido ainda no século XX no Sudeste do Brasil, o Ministério da Saúde aponta que a doença causada por um fungo presente na natureza concentra a maioria dos casos na região amazônica, acometendo com maior frequência trabalhadores da zona rural que atuam em contato com o solo, plantas, farpas e espinhos contaminados pelo fungo.
A titular da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra Regina Carneiro, esclarece que a cromomicose é um fungo que existe na natureza e que, geralmente, é transmitido por implantação traumática, situações em que as pessoas se ferem com gravetos ou pedaços de madeira, por isso a doença é muito frequente no trabalhador rural. “No local onde existe esse trauma, o fungo se implanta e se reproduz na pele. Em geral, esses pacientes fazem umas lesões que são semelhantes a verrugas e que são mais comuns nos membros inferiores porque nos membros inferiores é mais comum o trauma”, considera. “Em geral, o paciente não tem nenhuma repercussão sistêmica, ele tem só aquela lesão que vai crescendo”.
A médica explica, ainda, que tais lesões não coçam, ardem ou doem. Condição que influencia que muitos pacientes demorem a buscar o devido acompanhamento médico especializado. “É muito comum a gente pegar pacientes com muitos anos de evolução, que têm a doença há muito tempo. Eles fazem a medicação, mas não melhoram e quando eles procuram o médico especialista eles conseguem diagnosticar como cromomicose”, aponta. “Ela não é transmissível de homem a homem, a transmissão é realmente por ferimentos com pedaços de madeira, com vegetais, porque o fungo existe na natureza. Portanto, a forma de prevenir é fazer uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) se for mexer com madeira. Não tem vacina e não tem outra forma de prevenir porque o fungo existe na natureza, não tem como eliminar o fungo da natureza. O que precisa ser feito é evitar o acidente com as farpas de madeira”.