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Covid-19: só 11,4% das crianças no Brasil tomaram duas doses da vacina

Os números preocupantes apontam também que a cobertura vacinal entre bebês de seis meses a dois anos é de 2,9%. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.
Os números preocupantes apontam também que a cobertura vacinal entre bebês de seis meses a dois anos é de 2,9%. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Novo boletim do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) aponta que apenas 11,4% das crianças no Brasil, entre seis meses e cinco anos, tomaram ao menos duas doses da vacina contra a Covid-19. Os pesquisadores da Fiocruz e da Unifase utilizaram dados do Ministério da Saúde (MS) como base para a análise.

“De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico Especial: Covid-19, emitido pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (MS), o Brasil registrou, entre 1º de janeiro e 11 de julho de 2023, 80 óbitos de crianças de até 4 anos. Desse total, 23 foram de crianças entre 1 e 4 anos, o que representa uma média de aproximadamente 1 óbito semanal neste grupo etário”, destacam os pesquisadores na análise. “Durante o mesmo intervalo, foram contabilizadas 2.764 hospitalizações em razão da doença, sendo que 994 delas envolveram crianças de 1 a 4 anos. Isso significa uma média semanal de cerca de 38 hospitalizações para essa faixa etária”.

Os números preocupantes apontam também que a cobertura vacinal entre bebês de seis meses a dois anos é de 2,9%. Coordenador do Observatório, Cristiano Boccolini explica que vários fatores impactam os baixos índices de vacinação. “A demora para a compra de vacinas, informações falsas de que as crianças não sofrem com a forma grave de Covid-19 ou que há falta de segurança e eficácia da vacina, são alguns desses fatores”, destaca.

Já Patrícia Boccolini, do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), também coordenadora do Observatório, lembra que as vacinas estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o território nacional para toda a população.

Ela sugere que “gerencialmente, as unidades de saúde têm que aproveitar as crianças que comparecem para o esquema vacinal regular e aplicar também a vacina contra a Covid-19, além  de ampliar os horários dos postos de saúde e/ou oferecer pontos de vacinação móveis, como em metrôs e shoppings por exemplo”.

Para a ampliação da vacinação nessa faixa etária, os coordenadores do Observa Infância são uníssonos em defender também que “o Ministério da Saúde faça campanhas direcionadas para este público”.

Fonte: Fiocruz