ESTUDO DA HARVARD

Consumir peixe na gravidez pode reduzir chance de diagnóstico de autismo

Comer qualquer quantidade de peixe durante a gravidez pode reduzir em cerca de 20% a probabilidade de diagnóstico de transtorno do espectro autista

Algumas espécies também registraram aumentos, como a Sarda, que subiu 9,21%, e a Pratiqueira, com alta de 6,82%. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.
Algumas espécies também registraram aumentos, como a Sarda, que subiu 9,21%, e a Pratiqueira, com alta de 6,82%. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Comer qualquer quantidade de peixe durante a gravidez pode reduzir em cerca de 20% a probabilidade de diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA), especialmente em mulheres, e promover uma ligeira redução de características relacionadas ao autismo nos filhos, de acordo com estudo da Universidade de Harvard, nos EUA.

O peixe é uma fonte importante de ácidos graxos ômega-3, um nutriente essencial durante a gravidez para dar suporte à saúde materna e ao neurodesenvolvimento infantil. No entanto, os pesquisadores não encontraram a mesma associação com suplementos contendo ácidos graxos ômega-3.

Uma análise recente revelou que cerca de 25% das participantes grávidas relataram nunca comer peixe ou consumi-lo menos de uma vez por mês durante a gravidez. Ainda menos participantes relataram tomar suplementos de óleo de peixe ômega-3.

“Nosso estudo contribui para um crescente conjunto de evidências que demonstram o papel que a dieta pré-natal pode desempenhar nos resultados relacionados ao autismo na prole”, disse a pesquisadora Emily Oken da Harvard Medical School.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados de cerca de 4 mil participantes, examinando as relações entre ingestão de peixe, uso de suplementos e resultados do neurodesenvolvimento relacionados ao autismo.

O consumo de peixe e o uso de suplementos de ômega-3 foram medidos com informações dietéticas relatadas pelos participantes.

O consumo de peixe dos participantes foi categorizado como menos de uma vez por mês, mais de uma vez por mês; menos de uma vez por semana, semanalmente e duas ou mais porções por semana.

Cerca de 20% dos participantes adultos relataram nenhuma ingestão de peixe, e a maioria relatou não usar suplementos de ômega-3 ou óleo de peixe.

Os pesquisadores analisaram a relação entre a ingestão materna de peixe e o uso de suplemento de óleo de peixe ômega-3 durante a gravidez e a ocorrência de autismo.

O consumo de peixe durante a gravidez foi associado a uma menor probabilidade de os filhos serem diagnosticados com autismo. Esses resultados foram consistentes em todos os níveis de consumo de peixe.

“Este estudo fornece ainda mais evidências para a segurança e benefício do consumo regular de peixe durante a gravidez. Outros benefícios comprovados incluem menor risco de parto prematuro e melhor desenvolvimento cognitivo”, disse a pesquisadora.

Rio (AG)