Conhecer as Doenças Tropicais é essencial para prevenção

Cintia Magno

O professor do curso de Medicina do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Pedro Vasconcelos, reforça que as Doenças Tropicais podem, sim, ser prevenidas. Mas, para isso, é preciso conhecer bem as doenças e seus mecanismos de transmissão. “As pessoas têm que conhecer a doença, saber os mecanismos de transmissão, se ela é transmitida diretamente, de pessoa a pessoa, pela via respiratória; se ela é transmitida pela água ou alimentos contaminados; ou se tem um vetor, um inseto transmissor, como é o caso da dengue, da malária, da leishmaniose; ou mesmo se a transmissão se dá por algum animal, como é o caso da raiva e da leptospirose”.

O professor lembra que, para a maioria absoluta das doenças tropicais, não existem vacinas que possam ajudar a promover essa prevenção. Daí a importância do acesso à informação para evitar o que pode ocasionar a infecção. “Você tem que fazer atividades que impeçam o contato com o agente transmissor ou com a doença em si, com o agente infeccioso. No caso de vírus de transmissão respiratória é mais complicado, porque a transmissão é direta de pessoa a pessoa. No caso de transmissão através da boca, com água e alimentos contaminados, você tem que ter cuidado com a água e com os alimentos também”, pontua o médico. “E no caso dos mosquitos, você tem que evitar, por exemplo, o Aedes Aegypti, o que é muito difícil porque nós temos muitos Aedes Aegypti, vide os quase 4 milhões de casos de dengue em menos de quatro meses, registrados no Brasil”.

PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Tais ações destacadas pelo Dr. Pedro Vasconcelos são medidas de proteção coletiva, mas existem também as medidas de proteção individual que podem, e devem, ser adotadas por cada pessoa para se proteger contra as doenças tropicais. “A gente tem medidas de proteção individual, como o uso de repelentes contra picada de mosquito, o uso de roupas de manga comprida – tanto de calça comprida, como de camisas de manga comprida. Tudo isso pode ajudar a prevenir as doenças que são transmitidas por vetores como os mosquitos”, frisa.

“Agora, em relação às doenças que são transmitidas por água ou contato direto, as medidas individuais são mais limitadas, embora nós tenhamos sempre a possibilidade de cuidar, por exemplo, de saladas cruas – usar vinagre ou limão para matar os germes -, usar hipoclorito na água que vai tomar. Então, existem medidas, mas, de modo geral, as prevenções são muito limitadas, vai muito da higiene pessoal, da educação e das ações de proteção coletiva que estão vinculadas à melhor qualidade de vida e melhor infraestrutura, como o fornecimento contínuo de água, coleta regular de lixo, entre outras medidas”.