SAÚDE

Comprovado: exercício físicos atuam como tratamento efetivo contra o câncer 

O estudo praticamente muda os conceitos até então existentes no que se refere ao uso de exercícios físicos no combate câncer.

OFERECIMENTO

Hospital HSM Acessar site
Prática de atividades físicas garante maior independência e mobilidade para os idosos, segundo especialistas
Prática de atividades físicas garante maior independência e mobilidade para os idosos, segundo especialistas Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

A realização e exercícios físicos equivale à prescrição de remédios na prevenção e tratamento do câncer. Essa é a grande novidade revelada no maior congresso internacional de Oncologia do mundo ocorrido em Chicago (EUA) no mês passado. O estudo praticamente muda os conceitos até então existentes no que se refere ao uso de exercícios físicos no combate câncer.

“Não estamos falando mais em qualidade de vida, bem-estar ou no uso do exercício físico como coadjuvante no tratamento. Está comprovado: fazer exercícios físicos regularmente pode aumentar as chances de cura do câncer e reduzir as chances de recidiva da doença, ou seja, de ela voltar”, garante Rômulo Martins, 42, especialista em fisiologia do exercício e personal trainer, que participou do congresso.

O estudo, que consta no artigo “Movimento é Remédio: Programa De Exercícios Estruturado Pode Reduzir Risco De Recorrência Do Câncer e Morte Para Alguns Sobreviventes De Câncer De Cólon” e que está revolucionando a oncologia foi realizado em 6 países durante 3 anos e envolveu cerca de 900 pacientes com média de idade de 61 anos com histórico de câncer no colo do útero e que já haviam realizado radioterapia e quimioterapia.

Os participantes do estudo foram divididos em 3 grupos: um deles foi tratado com o movimento efetivo e outro apenas com orientações para o exercício. “O resultado foi que o grupo que se manteve ativo fisicamente teve uma recorrência menor da doença, vivendo bem mais do que o grupo que não teve acompanhamento e que recebeu apenas a recomendação para o exercício. As chances de o câncer voltar nas pessoas ativas fisicamente foi 28% maior e a chance de sobrevivência por 8 anos foi 90% maior ”, revela.

O estudo muda completamente a função dos exercícios na perspectiva do câncer, atuando agora efetivamente como um tratamento contra a doença. Segundo Rômulo, o alinhamento entre o profissional médico e o profissional e Educação Física no tratamento deve ser total e não se restringir apenas ao tratamento convencional, baseado em remédios químicos.

“O exercício deve ser prescrito pelo médico e acompanhado adequadamente pelo educador físico porque a atividade correta vai reduzir a inflamação no corpo causada pelo câncer, ativando e aumentando a imunidade. Cada paciente é único e desenvolve a doença de maneira diferente e própria. No estudo os pacientes receberam palestras de um coach a cada 2 semanas e um acompanhamento próximo de um educador físico, onde foi encontrado o treinamento mais adequado para cada um”

A prescrição básica, diz Rômulo, seria a realização de 180 minutos de treinos por semana, o que daria, em média, 30 minutos por dia. “Aliado ao treino físico é importante que os profissionais médicos e físicos trabalhem bastante o emocional do paciente e estimule a sua fé do que o que está realizando será importante para a sua cura final, introduzindo uma disciplina nos treinamentos e podendo absorver todos os benefícios que ele traz para o corpo e para a saúde, aumento a sua longevidade”, recomenda.