Dr. Responde

Combata o Aedes aegypti e evite novos casos de dengue

Segundo a Sesma, Belém registrou, até o último dia 20, onze casos da doença. Em 2024 foram registrados 3.189 casos confirmados

Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Pará
Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Pará

Até o último dia 20 foram registrados onze casos de dengue na capital paraense, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Ainda segundo o órgão, no ano de 2024 foram registrados 3.189 casos confirmados da doença, já em 2023 foram 443 casos registrados de dengue em Belém. A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica, dinâmica, debilitante e autolimitada. A maioria dos doentes se recupera, porém, parte deles pode progredir para formas graves que podem causar a morte.

O diretor do Departamento de Vigilância e Saúde da Sesma, Agostinho Araújo, destaca que existe a dengue clássica e também a dengue grave e que os sintomas geralmente começam com mialgia (dor muscular), artralgia (dor nas articulações), retro-orbitária (dor nos olhos) e ainda febre alta de 38,5ºC. “Podem aparecer outros sintomas, como manchas pelo corpo, mas nem todo mundo vai apresentar. São sintomas gerais que podem indicar também outras arboviroses, como a zika, chikungunya e outras febres virais”, explica.

Por isso, é importante ficar atento e procurar ajuda médica assim que perceber os sintomas. Entretanto, grande parte dos casos de dengue são assintomáticos. “Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maioria dos casos de dengue, cerca de 80%, é assintomática ou oligossintomática, quando a pessoa possui pouquíssimos sintomas”.

Agostinho Araújo orienta que a dor abdominal intensa é um sinal de alerta em se tratando de dengue. “O médico deve fazer uma classificação de risco em torno do quarto dia de sintomas e encaminhar essa pessoa para uma unidade que tenha terapia intensiva, uma UPA, um pronto-socorro, porque esses pacientes costumam agravar muito rapidamente”.

A principal maneira de prevenir a dengue é combater a proliferação do mosquito transmissor, protegendo qualquer superfície contra o acúmulo de água. “O mosquito é urbano e domiciliado. Ou seja, ele vive nas nossas casas, nos quintais, nas praças, nas creches, nas escolas, em todos os lugares possíveis”, afirma. Ainda segundo Agostinho Araújo, a Sesma desenvolve, constantemente, um mutirão com agentes de saúde e agentes de controle de endemias em um ciclo bimestral nos domicílios.

MONITORAMENTO

É por meio do Levantamento Rápido de Índices (LIRAa) feito a cada dois meses que é realizado o monitoramento de quantas casas são infestadas em cada grupo de 100. Os dados visam otimizar e direcionar estrategicamente as ações de controle do vetor, proporcionando uma delimitação eficaz das áreas de risco entomológico. O LIRAa fornece índices como o Índice Predial (IIP), que é a porcentagem de imóveis com larvas do Aedes aegypti.

De acordo com Agostinho Araújo, o índice abaixo de 1% tem baixo risco de ter uma epidemia, já acima de 2% o risco é alto. Entre 1% e 2% o risco é médio. “Normalmente, Belém tem registrado médio risco. Mas existem algumas áreas da cidade que estão com índice acima de 2%”, revela.

CUIDADOS

Felipe Paixão, 34, trabalha com a venda de lanches no bairro da Pedreira. Apreensivo com o clima chuvoso, ele afirma que todo cuidado é pouco em se tratando de dengue. Ali próximo do ponto de lanche, a reportagem encontrou um pneu com água descartado irregularmente em um terreno, o que deixou Felipe em alerta. “Qualquer lixo que acumule água pode ser prejudicial”.

Com um pequeno jardim em casa, também na Pedreira, a aposentada Maria das Graças Tavares, 73, toma todas as precauções para evitar o mosquito da dengue. Com vários vasos de plantas, dona Maria faz questão de ressaltar que não tem pratinhos nos vasos justamente para não acumular água. “Nunca peguei dengue e tenho muito cuidado aqui em casa para que ninguém pegue. É uma doença perigosa”.