SAÚDE

Climatério e menopausa: quando o corpo dá sinais de mudança

No caso da menopausa precoce, esses riscos podem ser ainda maiores, justamente pela antecipação do declínio hormonal

A descoberta foi publicada na revista científica Nature Genetics nesta semana.
Climatério e menopausa: quando o corpo dá sinais de mudança

Para ajudar a entender melhor o que é o climatério, a reportagem do DIÁRIO conversou com o médico ginecologista e obstetra Luiz Cotta, atual coordenador do setor de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Abelardo Santos, em Icoaraci, Belém. 

Dr. Luiz Cotta destaca que a fase de vida que a mulher passa geralmente a partir dos 45 a 50 anos é classificada erroneamente como menopausa, o termo correto se chama climatério. 

“A menopausa é uma fase inevitável da vida da mulher e corresponde ao marco da última menstruação. Esse processo acontece dentro do climatério, período de transição no qual os ovários entram em falência progressiva, levando à queda da produção de hormônios sexuais, principalmente o estrogênio e a progesterona”, explica. 

“Essa alteração hormonal provoca uma série de mudanças físicas, emocionais e metabólicas, que impactam diretamente a qualidade de vida da mulher”, diz Cotta. Segundo o médico, o mais comum é que a menopausa ocorra entre os 45 e 50 anos, mas em algumas situações ela pode acontecer antes, recebendo o nome de “menopausa precoce”. “Essa condição pode surgir por fatores genéticos, por alterações que não têm causa específica ou ainda de forma induzida, quando a mulher precisa retirar os ovários em decorrência de alguma cirurgia. Independentemente da origem, a menopausa precoce costuma gerar sintomas mais intensos e merece atenção especial”, ressalta.

Entre os sintomas mais frequentes, Cotta destaca alterações no ciclo menstrual, que se tornam irregulares até cessarem completamente, além de ondas de calor intensas, suores noturnos, insônia e fadiga. “É comum a mulher perceber mudanças no humor, irritabilidade, tristeza, choro fácil, ansiedade e até sensação de não se reconhecer. Esses efeitos emocionais estão diretamente ligados à queda dos hormônios e podem interferir na vida profissional, social e familiar”, explica.

O médico também alerta para as consequências físicas: “A redução do estrogênio aumenta o risco de doenças cardiovasculares e acelera a perda de massa óssea, o que favorece a osteoporose. Isso pode levar a fraturas, inclusive com esforços leves, como caminhar ou se levantar de uma cadeira”.

No caso da menopausa precoce, esses riscos podem ser ainda maiores, justamente pela antecipação do declínio hormonal. “Quando a menopausa ocorre antes do esperado, os sintomas tendem a ser mais intensos e a mulher precisa de atenção especial. A orientação médica precoce é fundamental para prevenir complicações futuras”, enfatiza Cotta.

OS SINAIS DO CORPO 

Entenda como identificar o climatério 

Alterações menstruais

Principais sintomas: Ciclos irregulares, atrasos menstruais, menstruação mais intensa ou mais fraca, eventual cessação da menstruação (menopausa)

Sintomas vasomotores

Principais sintomas: Ondas de calor (fogachos), suores noturnos, sensação de calor súbito no corpo, palpitações

Alterações do sono

Principais sintomas: Insônia, dificuldade para adormecer, despertares frequentes, sono não reparador

Sintomas emocionais

Principais sintomas: Irritabilidade, ansiedade, tristeza, choro fácil, labilidade emocional, dificuldade de concentração

Alterações sexuais

Principais sintomas: Diminuição da libido, ressecamento vaginal, dor durante o sexo, redução da lubrificação

Alterações físicas

Principais sintomas: Perda de massa óssea (osteoporose), maior risco de fraturas, ganho de peso, flacidez, cansaço

Alterações estéticas

Principais sintomas: Queda de cabelo, unhas frágeis, pele ressecada, redução da elasticidade cutânea

Sintomas urinários

Principais sintomas: Aumento da frequência urinária, urgência urinária, maior risco de infecções urinárias