ALIANÇA NACIONAL

Câncer do colo de útero: organizações se unem para eliminar a doença no Brasil

Câncer do colo de útero: organizações se unem para eliminar a doença no Brasil Foto: Divulgação
Câncer do colo de útero: organizações se unem para eliminar a doença no Brasil Foto: Divulgação

O Instituto Vencer o Câncer e o Grupo Mulheres do Brasil lançaram a Aliança Nacional para Eliminação do Câncer do Colo do Útero, que tem como objetivo promover ações coordenadas para eliminar um dos tumores mais incidentes entre as mulheres brasileiras e estimular a vacinação contra o HPV (papilomavírus humano), principal fator de risco da doença.

Para atingir as metas, grupos de trabalho vão atuar em cinco frentes principais, para fomentar a mobilização social e informar. Uma destas frentes é a comunicação maciça sobre a prevenção e o rastreio do câncer do colo do útero.

“Até o fim deste ano, todo brasileiro precisa saber o que é o HPV”, ressaltou a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Grupo Mulheres do Brasil.

No Brasil, o câncer do colo do útero é o terceiro mais comum entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama e do câncer colorretal. A alta incidência está associada a fatores como a falta de acesso a serviços de saúde, desigualdades socioeconômicas e a desinformação sobre prevenção e tratamento.

A doença pode ser prevenida com sucesso e curada se detectada precocemente e tratada adequadamente. O HPV é a principal causa, e a vacina é uma das estratégias mais eficazes para prevenir a infecção por este vírus. No entanto, a adesão à imunização ainda é um desafio, muitas vezes devido à falta de informação ou a mitos sobre a vacina.

“Devemos ser ambiciosos e ter tolerância zero com os baixos índices de vacinação contra o HPV. Precisamos estabelecer este conceito, para que toda criança e todo adolescente no país sejam vacinados”, afirmou o oncologista Fernando Maluf, cofundador do Instituto Vencer o Câncer.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 6 mil mulheres morreram por este tipo de câncer em 2020 e mais de 17 mil brasileiras vão receber o diagnóstico da doença apenas em 2024.

Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a estratégia global para a eliminação do câncer do colo do útero, que insta os países a cumprirem metas estabelecidas para 2030 através de políticas nacionais de prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamento.

O Brasil tem demonstrado seu compromisso com essa causa através de diversas ações, tendo este ano modificado a estratégia de vacinação contra o HPV, adotando o esquema de dose única em meninas e meninos de 9 a 14 anos.

Além disso, a Lei 14.886, de junho de 2024, institui o Programa Nacional de Vacinação em Escolas Públicas, com expectativa de aumentar a imunização nesta faixa etária. Ainda, o teste molecular para a detecção do HPV foi incorporado ao SUS em março, e em breve teremos o lançamento da atualização das diretrizes brasileiras de rastreamento do câncer do colo do útero.

Para informar a população sobre o HPV, a vacinação e a prevenção do câncer do colo do útero, a Aliança desenvolverá campanhas informativas, que vão utilizar diversos meios de comunicação, como televisão, rádio, redes sociais e eventos comunitários.

Também irá trabalhar em conjunto com escolas, associações de pais e mestres, e líderes comunitários para promover a vacinação. A colaboração com o setor educacional é especialmente importante, pois as escolas são um ponto de acesso crucial para alcançar meninas e meninos na faixa etária alvo.

A infecção atinge a pele ou mucosas oral, genital ou anal do paciente. Também conhecida como condiloma acuminado, o vírus, na maioria dos casos, não gera sintomas, mas pode provocar verrugas na vagina ou pênis e câncer em homens e mulheres, a depender do tipo da infecção.

Ainda de acordo com o Inca, existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, sendo que cerca de 40 deles podem infectar o trato ano-genital.

Tratamento do HPV

Em casos onde há sintomas (aparecimento de verrugas), o ideal é procurar um médico para que sejam receitadas pomadas ou sejam feitas intervenções químicas, cirúrgicas e estimuladores da imunidade;

Caso o HPV tenha desenvolvido cânceres, o tratamento pode ser feito com radioterapia ou quimioterapia.

Prevenção do HPV

Por ser uma doença sexualmente transmissível, a principal via de proteção é o uso de preservativos, seja masculino ou feminino.

No caso das mulheres, em que o HPV pode se transformar em câncer de útero, é necessária a realização do exame papanicolau a partir dos 25 anos de idade, pelo menos uma vez ao ano. Depois do segundo exame negativo para o vírus, a examinação pode ser feita a cada três anos.

No caso do homem, também é recomendado ir ao urologista pelo menos uma vez ao ano para realizar exames clínicos.

(AG)