
O laudo médico do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou nesta quarta-feira (17) o diagnóstico de câncer de pele. O exame identificou um carcinoma de células escamosas, tipo mais comum da doença, nas lesões retiradas durante cirurgia realizada no último domingo (14). A notícia reacende o alerta sobre o tumor que atinge a pele: sendo o câncer mais frequente no Brasil e no mundo, segundo o Ministério da Saúde.
Ele é comum em pessoas com mais de 40 anos e é considerado raro em crianças e pessoas negras. Tem como causa principal a exposição excessiva ao sol. Esse tipo de câncer ocorre quando as células se multiplicam sem controle e pode ser classificado de duas formas: o melanoma e o não melanoma.
O câncer de pele melanoma tem origem nas células produtoras da melanina, substância que determina a cor da pele, e é mais frequente em adultos brancos, e corresponde a apenas 3% dos casos. Já o câncer de pele não melanoma, o mais frequente no Brasil, é responsável por 30% de todos os casos de tumores malignos registrados.
O primeiro, é considerado o mais agressivo por ter alto risco de metástase – disseminação do câncer para outros órgãos; os sinais costumam surgir como pintas, manchas ou sinais que mudam de cor, formato ou tamanho.
‘O não melanoma’, responsável pela grande maioria dos diagnósticos, de evolução mais lenta e maior chance de cura quando tratado precocemente. É subdividido em dois tipos mais frequentes: o carcinoma basocelular, de crescimento lento e menos agressivo, e o carcinoma epidermoide, que apresenta maior risco de se espalhar para outros órgãos.
- Carcinoma basocelular: se caracteriza por uma lesão (ferida ou nódulo), e apresenta evolução lenta
- Carcinoma epidermoide: também surge por meio de uma ferida ou sobre uma cicatriz, principalmente aquelas decorrentes de queimadura. A maior gravidade do carcinoma epidermoide se deve à possibilidade de apresentar metástase (espalhar-se para outros órgãos)
Fatores de Risco, Sintomas e Tratamento
FATORES DE RISCO
Entre os fatores de risco estão:
- Pessoas de pele clara, olhos claros, albinos ou sensíveis à ação dos raios solares;
- Pessoas com história pessoal ou familiar deste câncer;
- Pessoas com doenças cutâneas prévias;
- Pessoas que trabalham sob exposição direta ao sol;
- Exposição prolongada e repetida ao sol;
- Exposição a câmaras de bronzeamento artificial.
SINTOMAS
O diagnóstico é feito pelo dermatologista, inicialmente em exame clínico, mas pode exigir dermatoscopia ou biópsia para confirmação. Entre os sintomas:
- Manchas pruriginosas (que coçam), descamativas ou que sangram;
- Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor;
- Feridas que não cicatrizam em 4 semanas.
TRATAMENTO
O tratamento varia conforme o estágio da doença. Na maioria dos casos, a cirurgia oncológica para retirada da lesão é suficiente, que pode ser realizada, em estágios iniciais, em nível ambulatorial, ou seja, sem internação.
Para casos mais avançados e para o câncer de pele melanoma, o tratamento vai variar de acordo com tamanho e estágio do tumor, podendo, além de cirurgia, ter a radioterapia e a quimioterapia.
Existe também a terapia fotodinâmica – uso de um creme fotossensível e posterior aplicação de uma fonte de luz –, mais uma opção de tratamento para a ceratose actínica (lesão precursora do câncer de pele), carcinoma basocelular superficial e carcinoma epidermoide “in situ” (Doença de Bowen). A criocirurgia e a imunoterapia tópica são também opções para o tratamento desses cânceres. Elas exigem indicação precisa feita por um especialista experiente.
Já no caso do melanoma metastático, novos medicamentos têm elevado as taxas de sucesso e prolongado a sobrevida dos pacientes.
Prevenção e Números do Câncer de Pele no Brasil
A prevenção, porém, continua sendo a principal arma. Recomenda-se evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h, usar roupas que cubram o corpo, chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV e, sobretudo, aplicar filtro solar com fator de proteção, reaplicando a cada duas horas ou após contato com água e suor.
NÚMEROS
No Brasil, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) para 2020 foi de 176.930 novos casos de câncer de pele não melanoma e 8.450 de melanoma. Os números evidenciam a dimensão do problema, mas também indicam que a informação e a prevenção ainda são as maiores aliadas para reduzir os riscos.