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Câncer de intestino é a terceira causa de morte por câncer no Brasil

Neste mês, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) mobiliza o país em torno da campanha “Setembro Verde”, para conscientizar e alertar a população sobre a prevenção contra o câncer de intestino (cólon e reto).

Câncer de intestino é a terceira causa de morte por câncer no Brasil

Neste mês, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) mobiliza o país em torno da campanha “Setembro Verde”, para conscientizar e alertar a população sobre a prevenção contra o câncer de intestino (cólon e reto). No Pará, o impulsionamento sobre o tema ganha ainda mais força, pois o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima cerca de 640 diagnósticos ao ano. O DIÁRIO conversou com um médico especialista no assunto que esclarece as principais dúvidas sobre o tema. 

O câncer de cólon e reto abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon, no reto, que corresponde ao final do intestino imediatamente antes do ânus, e no ânus. A doença se desenvolve a partir de mutações genéticas em lesões benignas, como pólipos. “Os pólipos, na maioria das vezes, podem ser lesões pré-malignas. Se identificado, deve ser retirado para uma biópsia e com isso avaliar se é ou não pré-maligno. Mesmo se não se tratar de uma lesão desse tipo, deve ser retirado do organismo, pois se for um adenoma ou displasia, podem levar a um futuro câncer colorretal”, explica o médico oncologista clínico, Rodnei Macambira. 

De acordo com as orientações da Secretaria de Saúde do Estado, o exame de colonoscopia é considerado o “padrão ouro” para identificação de alterações no intestino grosso, como os pólipos. Além disso, o exame permite o diagnóstico precoce de doenças inflamatórias intestinais e a investigação de sintomas persistentes, como sangramentos e perda de peso. Em números, o Inca estima cerca de 640 diagnósticos ao ano no Pará. A nível de Brasil, o Instituto estima mais de 45 mil novos casos por ano, configurando a terceira maior causa de morte por câncer no país. Um dos principais fatores que influenciam nesses números é a alimentação. 

“O hábito alimentar do paraense, de modo geral, é um hábito alimentar que o brasileiro vem copiando do estilo americano: alto teor de carboidratos, gordura e alimentos ultraprocessados, além de farinha, massa e embutidos também, o que influencia no número de casos”, explica o oncologista. Outro fator apontado pelo médico é o estilo de vida, pois  menos atividade física, menos movimentação e aumento dos índices lipídicos no corpo favorecem os os números de câncer de intestino. O Inca também elenca como fatores de risco o alto consumo de carne vermelha, ingestão excessiva de álcool, alimentação pobre em frutas e fibras, obesidade e tabagismo. Também contribuem fatores hereditários, como histórico familiar.

Uma dieta balanceada e adoção de um estilo de vida menos sedentário são fatores que contribuem para prevenir a doença. O especialista destaca que só a atividade física, por exemplo, reduz as chances em até 20%. “Entre 45 e 50 anos é importante fazer uma colonoscopia para avaliar se temos os primeiros sintomas, como os pólipos. Quando o câncer colorretal é diagnosticado precocemente, a chance de cura beira 90 a 95%”, frisa Macambira. Outra orientação é conhecer o próprio corpo e perceber sintomas como idas frequentes ao banheiro, dores abdominais que não melhoram e perda de peso inexplicável. Nesse caso, o paciente deve buscar atendimento médico o mais breve possível. Por fim, “todos devem fazer a colonoscopia, pois o câncer pode ser evitável, se diagnosticado precocemente”, finaliza. 

Fatores que podem aumentar o risco de desenvolver câncer colorretal:

  • o risco de desenvolver câncer colorretal aumenta com a idade, com a maioria dos casos ocorrendo em indivíduos com mais de 50 anos;
  • histórico familiar de câncer colorretal ou certas condições genéticas, como síndrome de Lynch e polipose adenomatosa familiar;
  • indivíduos que já tiveram câncer colorretal ou certos tipos de pólipos
  • escolhas de estilo de vida pouco saudáveis, como uma dieta rica em carnes processadas e pobre em frutas e vegetais, comportamento sedentário, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool;

Os sintomas comuns incluem:

  • alterações nos hábitos intestinais, como diarreia, constipação ou estreitamento das fezes;
  • sangue nas fezes (sangramento retal), vermelho vivo ou escuro;
  • cólicas abdominais, dor ou inchaço que não desaparecem;
  • perda de peso inexplicável e repentina e perda de peso sem esforço;
  • cansaço e com falta de energia, mesmo com descanso suficiente;
  • anemia devido a sangramento crônico, causando fadiga, fraqueza e palidez;

Mudanças no estilo de vida para ajudar a prevenir o câncer colorretal:

  • Prática regular de atividade física, sendo que o recomendável para adultos e idosos é realizar pelo menos 150 minutos de exercícios na semana, preferencialmente distribuídos em diferentes dias e momentos, podendo envolver atividades aeróbicas (caminhada, corrida, natação, ciclismo etc.), de fortalecimento de músculos e ossos e de alongamentos;
  • Manter o peso adequado;
  • Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação;
  • Reduzir a quantidade de óleos, gorduras, sal e açúcar;
  • Limitar e/ou evitar o consumo de alimentos processados e ultraprocessados
  • Consumir pelo menos três porções de frutas e três porções de legumes e verduras ao dia;
  • Consumir, preferencialmente, cereais integrais, como arroz, pães, aveia, cevada e outros
  • Beber pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água por dia;
  • Reduzir o consumo de carnes vermelhas;
  • Evitar o consumo de carnes salgadas e processadas, como presunto, mortadela, bacon, linguiça, salsicha e outros embutidos e defumados;
  • Manter o peso adequado;
  • Evitar e/ou reduzir o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Não fumar e evitar ambientes onde outras pessoas estejam fumando.

Fonte: OMS e Ministério da Saúde