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Campanha nacional reforça importância da higienização das mãos

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Agência Gov

Para promover uma maior conscientização sobre a importância da correta higienização das mãos no contexto hospitalar, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), por conta do Dia Mundial de Higienização das Mãos, ocorrida em 5 de maio, traz informações importantes dadas por especialistas. A campanha “Salve Vidas: Higienize suas Mãos”, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2009, visa reforçar essa prática simples, mas vital, como um pilar fundamental na prevenção de infecções hospitalares. A Ebserh é responsável pela administração de 41 hospitais universitários federais.

De acordo com a médica infecto pediatra da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC-UFRN), Fabiana Ariston Filgueira, todos os anos, ocorrem, em todo o mundo, 136 milhões de casos de infecções resistentes a antibióticos associadas à atenção à saúde, sendo a higiene de mãos a medida mais barata, simples e eficaz na prevenção dessas infecções.

O valor da higienização das mãos foi demonstrado cientificamente há mais de 150 anos por Ignaz Semmelweis, um médico húngaro cujo simples experimento reduziu drasticamente as taxas de mortalidade por infecção puerperal. Segundo Jorge Luiz Nobre, médico infectologista do Hospital Universitário Walter Cantídio, do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (HUWC/CH-UFC), “a partir dessa data de 1846 se divulga pelo mundo todo a importância da higienização correta das mãos como uma das medidas mais eficazes que temos para reduzir a transmissão de infecções relacionadas à assistência de saúde.”

Jorge destaca ainda a relevância que a higienização das mãos ganhou durante a pandemia de Covid-19, reforçando seu papel crucial na prevenção da transmissão de agentes virais e bacterianos em ambientes clínicos e comunitários.

“A grande importância da higienização das mãos reside principalmente no fato de você conseguir evitar a transmissão de infecções associadas com a transmissão de agentes patológicos através do contato da mão,” afirma o médico Jorge Luiz Nobre

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A campanha enfatiza os cinco momentos para a higienização das mãos delineados pela OMS, que incluem: antes de tocar no paciente, após tocar no paciente, depois de tocar em qualquer objeto no entorno do paciente, antes de procedimentos assépticos, e após a exposição a fluidos corporais. Estes momentos são cruciais para garantir a segurança tanto dos pacientes quanto dos profissionais de saúde.

Apesar do engajamento, desafios persistem, conforme explica Fabiana. A especialista destaca que “nosso maior desafio é promover o aumento da adesão à técnica correta de higiene de mãos, principalmente após o contato de áreas próximas ao paciente.”

Em adição, a MEJC-UFRN e outros hospitais da rede Ebserh implementam práticas inovadoras de treinamento. Utilizam métodos visuais como a caixa “BOB” com gel fluorescente para demonstrar a eficácia da limpeza completa das mãos, que deve seguir algumas diretrizes básicas.

“A OMS determina que o produto utilizado, seja sabão ou um antisséptico como álcool glicerinado, deve ser aplicado em toda a superfície da mão. Isso inclui tanto a parte ventral quanto a dorsal, e deve enfatizar também a ponta dos dedos, as regiões interdigitais, os polegares e o punho”, explica Jorge Luiz, acrescentando que, ao realizar corretamente os movimentos de higienização, disponíveis no site da OMS, envolvendo toda a superfície da mão e do punho, a pessoa estará efetivamente prevenindo as infecções relacionadas à assistência em saúde.

O maternidade de Natal (RN), de acordo com Fabiana, ainda promoverá uma semana inteira dedicada ao tema (entre os dias 6 e 10 de maio). O período de conscientização incluirá a colocação de cartazes educativos nos corredores da instituição e uma aula direcionada aos funcionários terceirizados de higienização, enfatizando a importância da higiene das mãos para prevenir a disseminação de bactérias e vírus. Essas atividades visam complementar os esforços contínuos de educação, como delineado nos Programas de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) da Rede.