DIA NACIONAL DE COMBATE AO FUMO

Aumento do tabagismo preocupa e reacende alerta para doença grave

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, especialistas reforçam importância do diagnóstico precoce e do tratamento para frear progressão da DPOC

Pela primeira vez desde 2007, o Brasil registrou crescimento significativo no número de fumantes .Foto: Pìxabay
Pela primeira vez desde 2007, o Brasil registrou crescimento significativo no número de fumantes .Foto: Pìxabay

Pela primeira vez desde 2007, o Brasil registrou crescimento significativo no número de fumantes. Segundo o Ministério da Saúde, o total aumentou 25% entre 2023 e 2024, revertendo a tendência de queda das últimas décadas. O dado acende um alerta no Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, já que o tabagismo é o principal fator de risco para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

A DPOC atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo e figura como a terceira principal causa de morte global. No Brasil, é a quinta que mais mata. Caracterizada por sintomas respiratórios crônicos, como falta de ar, tosse e produção de muco, a doença não tem cura, mas pode ser controlada com diagnóstico precoce, tratamento adequado e cessação do tabagismo.

Apesar da gravidade, estima-se que 70% dos brasileiros com DPOC não tenham recebido diagnóstico, o que atrasa o início do tratamento e aumenta o risco de complicações. “A intervenção precoce é essencial para prevenir crises graves que podem levar à hospitalização e à progressão acelerada da doença”, afirma o pneumologista Bernardo Maranhão, gerente do Grupo Médico da GSK.

Os episódios de crises da DPOC, chamados de exacerbações, têm forte impacto na qualidade de vida dos pacientes e podem levar semanas para recuperação. Quanto mais frequentes e graves, maior o risco de complicações severas.

O impacto também é sentido no sistema de saúde: só em 2022, a DPOC foi responsável por mais de 43 mil óbitos no SUS. O tabagismo, principal fator associado, custa cerca de R$ 153 bilhões anuais ao país, enquanto a arrecadação com impostos de cigarros equivale a apenas 5% desse valor.

Para Maranhão, a cessação do fumo, aliada ao avanço no acesso a terapias eficazes e ao manejo personalizado, é fundamental para reduzir internações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “A simplicidade de uso dos tratamentos já incorporados pelo SUS e outros que ainda estão por vir, bem como a abordagem centrada no paciente, têm potencial para transformar o cuidado com a doença”, afirma o especialista.