A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) identificou um lote (220714) falsificado do medicamento Mounjaro (tirzepatida), indicado para o tratamento de diabetes tipo 2. O remédio ainda não é comercializado no Brasil e não há previsão para a chegada ao mercado nacional.
Segundo a fabricante Eli Lilly, a medicação anunciada com o nome do princípio ativo tirzepatida tinha problemas de segurança, esterilidade e eficácia. Do lote, alguns continham bactérias, altos níveis de impurezas, cores diferentes (rosa, em vez de incolor) ou uma estrutura química completamente diferente dos medicamentos aprovados pela Lilly. Em pelo menos um caso, o produto nada mais era do que álcool.
A farmacêutica também alerta para o anúncio de pílulas manipuladas ou outras versões orais de tirzepatida, que não tiveram a segurança e a eficácia avaliada por órgão regulador. A única administração aprovada do medicamento é por injeção subcutânea.
Como alerta à população brasileira, a Lilly publicou uma carta aberta para informar sobre os riscos graves de utilizar medicamentos falsificados e manipulados com a substância tirzepatida.
No documento, a Lilly afirma que a tirzepatida é a única aprovada pelas autoridades de saúde. A farmacêutica é a única fornecedora legal da molécula e não fornece qualquer ingrediente ou princípio ativo para farmácias de manipulação ou qualquer outra empresa.
O laboratório reforça quenão vende tirzepatida nas redes sociais. “Qualquer medicamento da Lilly sendo vendido por anúncio nas mídias sociais é ilegal. Esses produtos podem ser falsos ou estão sendo revendidos por indivíduos que os obtiveram por outros meios”, diz trecho da carta.
A carta esclarece que os produtos que alegam conter tirzepatida não são inspecionados pelas autoridades regulatórias e podem ser fabricados em condições insalubres e inseguras. Além disso, podem não conter o princípio ativo, ou conter o princípio ativo incorreto, com dosagens incorretas, ou até mesmo vários medicamentos misturados, o que vai resultar em problemas graves para a saúde.
De acordo com a Lilly, já foram vistos anúncios de pílulas, comprimidos, chip, spray nasal e outras versões orais de “tirzepatida”. Nenhum órgão regulador avaliou a segurança ou eficácia de qualquer administração oral ou nasal da molécula.
Quem utilizou as versões falsificadas e manipuladas do medicamento deve procurar um médico.
*PATRÍCIA PASQUINI