A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do medicamento Mounjaro (tirzepatida) para o tratamento da apneia obstrutiva do sono (AOS) em adultos com obesidade. A decisão foi assinada na última sexta, 17, e publicada nesta segunda, 20, no Diário Oficial da União.
Até então, o Mounjaro já era autorizado no Brasil apenas para o tratamento do diabetes tipo 2. Com a nova indicação, o medicamento fabricado pela Eli Lilly torna-se o primeiro fármaco aprovado no país especificamente para tratar a apneia do sono associada à obesidade.
O princípio ativo da tirzepatida atua em dois hormônios naturais do corpo — o GIP e o GLP-1 — que ajudam a regular os níveis de açúcar no sangue e o apetite. Essa ação combinada contribui para a perda de peso e melhora de condições metabólicas que estão diretamente ligadas à apneia do sono.
De acordo com a Eli Lilly, estudos clínicos demonstraram que pacientes com obesidade e apneia do sono tratados com o medicamento apresentaram redução significativa dos episódios de apneia, além de melhora na qualidade do sono e na disposição durante o dia.
O que é a Apneia do Sono?
A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio caracterizado por interrupções repetidas na respiração durante o sono, causadas pelo bloqueio total ou parcial das vias aéreas superiores. Os principais sintomas incluem ronco alto, despertares frequentes e sonolência diurna.
Além do desconforto e do cansaço, a condição está associada a riscos aumentados de hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.
Implicações da Aprovação do Mounjaro pela Anvisa
Com a aprovação, o Brasil se alinha a outras agências regulatórias internacionais que vêm ampliando as indicações da tirzepatida. Especialistas apontam que a decisão da Anvisa representa um marco importante na abordagem terapêutica da apneia do sono, tradicionalmente tratada com dispositivos respiratórios como o CPAP ou com cirurgias.
Em um cenário onde a obesidade é uma das principais causas da AOS, o uso de um medicamento que atue nas duas frentes — peso e sono — pode mudar o curso do tratamento para muitos pacientes.
Editado por Fábio Nóvoa