
Um episódio preocupante ocorrido em uma escola pública de Floriano, no interior do Piauí, evidenciou os riscos da automedicação entre adolescentes. Dois alunos, de 14 e 15 anos, foram expulsos após ingerirem tadalafila — fármaco usado para tratar disfunção erétil — durante o horário escolar.
Eles teriam diluído o comprimido em água e consumido a mistura em sala de aula. Horas depois, os adolescentes apresentaram dores abdominais intensas e precisaram de atendimento médico. Testemunhas relataram que os jovens também compartilharam o medicamento com colegas.
O caso reforça a necessidade de conscientização sobre o uso responsável de medicamentos, especialmente entre o público jovem. A tadalafila, de venda controlada e uso restrito a adultos com prescrição médica, atua sobre o sistema cardiovascular e pode causar efeitos colaterais severos, como queda de pressão, tontura e complicações hepáticas.
Em menores de idade, os riscos são potencializados, pois o organismo ainda está em desenvolvimento.
O Papel do Farmacêutico e a Prevenção da Automedicação
O papel do farmacêutico na prevenção
Diante de situações como essa, a atuação do farmacêutico ganha destaque. Além de garantir a dispensação segura de medicamentos, esses profissionais têm a responsabilidade de orientar a população sobre riscos, usos corretos e possíveis interações medicamentosas.
“Muitos ainda tratam remédios como se fossem produtos comuns. Nosso papel vai além do balcão — precisamos estar também nos espaços de educação”, ressalta Gustavo Pires, secretário-geral do Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Embora a venda de tadalafila sem receita seja ilegal no Brasil, brechas na fiscalização ainda permitem o acesso irregular ao medicamento. Para especialistas, campanhas educativas e o fortalecimento da fiscalização em farmácias são medidas urgentes para evitar novos casos. Afinal, como reforça o alerta: saúde não é brincadeira.