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Alerta para risco de automedicação em casos de suspeita de dengue

Foto: David Alves/Ag. Brasil
Foto: David Alves/Ag. Brasil

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) alerta que as pessoas com suspeita de dengue não devem tomar medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (AAS). O ASS é uma substância que pode causar o agravamento da doença.

Os sintomas iniciais da dengue, como febre alta, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, são semelhantes aos de doenças virais como gripe e covid-19, o que leva as pessoas a se automedicarem com frequência com analgésicos e anti-inflamatórios para alívio da dor e da febre. Aspirina, Melhoral e Coristina D são exemplos de medicamentos que contêm AAS. O risco é que se for dengue o AAS pode estimular o surgimento de hemorragias.

De acordo com o 11º Informe Epidemiológico de Arboviroses divulgado pela Sespa, até o dia 31 de julho, o Pará registrou 13.928 casos confirmados de dengue, com nove óbitos. Do total de casos confirmados, 283 eram casos de dengue com sinais de alarme e 34 casos de dengue grave.

Segundo a coordenadora estadual de Arboviroses, Aline Carneiro, os medicamentos indicados para o tratamento de gripes e resfriados não devem ser usados em caso de suspeita de dengue. Também não devem ser usados remédios que contenham AAS e nem anti-inflamatórios, em geral, tais como diclofenaco, cetoprofeno, ibuprofeno e nimesulida. “O ideal é procurar atendimento em uma unidade de saúde ou buscar orientação de um farmacêutico para evitar o uso de medicamentos indevidos”, alertou.

Aline Carneiro ressaltou que o ácido acetilsalicílico também é uma droga anticoagulante usada para afinar o sangue, ou seja, ela diminui a agregação de plaquetas, reduzindo a coagulação sanguínea. “Uma das consequências da dengue em sua forma mais grave é a hemorragia. Então, quando a pessoa ingere um medicamento que dificulta a coagulação, o risco de haver hemorragia é maior”, afirmou.

Também há risco de dengue grave quando o indivíduo já foi infectado por um tipo de dengue e é infectado novamente por outro tipo num período entre dois e quatro anos após a primeira infecção. Já que a imunidade prévia de um tipo de dengue não protege contra o tipo diferente da doença e ainda pode agravar o caso. Atualmente, no Pará, os vírus circulantes são o DENV1, DENV2 e DENV3.

Como não existe um tratamento específico para a dengue, o que se trata são os sinais e sintomas, então, ao ter febre alta, dor de cabeça, dor nos olhos e cansaço, a recomendação é que a pessoa inicie o tratamento ingerindo bastante líquido e procure logo tratamento médico.

A Sespa observa que a vacina contra a dengue está disponível nas unidades de saúde para crianças de 10 a 14 anos.

Outras medidas preventivas contra a doença que devem ser tomadas pela população são as seguintes:
• Manter a caixa d’água, tonéis e barris de água bem fechados;
• Colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira fechada;
• Não deixar água acumulada sobre a laje;
• Manter garrafas com boca virada para baixo;
• Acondicionar pneus em locais cobertos;
• Proteger ralos sem tampa com telas finas;
• Manter as fossas vedadas;
• Encher pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda e lavá-los uma vez por semana.
• Eliminar tudo que possa servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti como casca de ovo, tampinha de refrigerante entre outros.

Serviço: Para solicitar orientações e denunciar a existência de possíveis criadouros de mosquito, a população deve procurar a Secretaria Municipal de Saúde do seu município.