O orgasmo costuma ser associado ao prazer e à sensação de bem-estar. No entanto, para um pequeno grupo de homens, o momento de êxtase vem acompanhado de sintomas nada desejados: febre, calafrios, dor de cabeça e até fadiga extrema. É o que especialistas chamam de síndrome pós-orgásmica, ou alergia ao próprio orgasmo, uma condição rara que vem intrigando a medicina. Segundo a urologista francesa Charlotte Methorst, apenas 60 casos foram oficialmente documentados, mas a estimativa é de que muitos outros homens possam sofrer da síndrome sem sequer relacionar os sintomas ao ato sexual.
Os relatos mais comuns envolvem sinais semelhantes aos de uma gripe, espirros, ardência nos olhos, dor de garganta e confusão mental, que surgem minutos após a ejaculação e podem durar horas. Alguns pacientes relatam sensação de peso muscular, tontura e dificuldade de concentração. A principal hipótese é de que o organismo desenvolve uma reação alérgica ao próprio esperma, como se o corpo identificasse substâncias do sêmen como inimigas. Outra linha de estudo sugere que o distúrbio tenha origem neurológica ou psicossomática, provocada por alterações químicas e hormonais desencadeadas pelo clímax.
Tratamentos e Pesquisas sobre a Síndrome Pós-Orgásmica
Não há cura conhecida, mas alguns tratamentos vêm sendo testados. Os mais tradicionais envolvem o uso de anti-histamínicos e antigripais, para amenizar os sintomas. Já um protocolo experimental, criado em 2011, busca “dessensibilizar” o corpo por meio de injeções com esperma diluído, uma tentativa ousada de reeducar o sistema imunológico. Enquanto as pesquisas avançam, a recomendação médica é de atenção aos sinais e acompanhamento especializado. Afinal, mesmo o prazer, quando vira febre, pode ser um alerta do corpo de que algo está fora do equilíbrio.
Editado por Débora Costa