DESPEDIDA CONSCIENTE

A última performance de Ozzy pode ter sido um adeus calculado

A sequência de eventos que antecedeu o falecimento de Ozzy Osbourne, aos 76 anos, no dia 22 de julho, despertou a atenção.

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Em entrevista à revista Rock Brigade, conduzida pelo jornalista Antonio Pirani, o pesquisador levantou a hipótese de que a forma como Ozzy se despediu do público pode indicar uma escolha consciente e cuidadosamente planejada.
Em entrevista à revista Rock Brigade, conduzida pelo jornalista Antonio Pirani, o pesquisador levantou a hipótese de que a forma como Ozzy se despediu do público pode indicar uma escolha consciente e cuidadosamente planejada.

O último show. O livro recém-finalizado. O mistério em torno da causa da morte. A sequência de eventos que antecedeu o falecimento de Ozzy Osbourne, aos 76 anos, no dia 22 de julho, despertou a atenção do neurocientista brasileiro Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues — pós-PhD em Neurociências, mestre em Psicologia e especialista em Genômica Comportamental.

Em entrevista à revista Rock Brigade, conduzida pelo jornalista Antonio Pirani, o pesquisador levantou a hipótese de que a forma como Ozzy se despediu do público pode indicar uma escolha consciente e cuidadosamente planejada.

“Existem padrões de comportamento ligados à chamada conclusão biográfica voluntária, especialmente em indivíduos com forte senso de legado e controle sobre sua narrativa. Ozzy lançou um último livro dias antes de sua morte e se apresentou com a formação original do Black Sabbath exatamente duas semanas antes de falecer. Esses detalhes não são coincidência”, explicou Dr. Fabiano.

Desde o diagnóstico de Parkinson, em 2020, o icônico vocalista vinha cancelando compromissos por conta da saúde debilitada. Ainda assim, em julho, fez uma última aparição pública em um show beneficente — um momento carregado de simbolismo ao lado dos antigos colegas de banda. Para o neurocientista, esse retorno pontual pode representar mais do que um gesto nostálgico: talvez um ato deliberado de encerramento.

“Em casos de doenças neurodegenerativas com preservação parcial das funções executivas, o cérebro pode buscar formas de minimizar o sofrimento e proteger a imagem pública. Quando isso acontece, a decisão pelo fim tende a vir envolta em uma narrativa funcional de despedida”, afirmou.

O silêncio da família quanto à causa da morte também chama atenção. Nenhuma informação médica foi divulgada — apenas que Ozzy “faleceu cercado de amor”. Para o Dr. Fabiano, esse silêncio pode ser parte de uma estratégia simbólica, preservando a dignidade e o legado do artista.

Ele ainda cita um termo não oficial, mas utilizado em alguns círculos bioéticos: “yothanasia” — uma junção informal entre youth (juventude) e euthanasia (eutanásia), usada para descrever decisões conscientes de encerramento da vida em condições de lucidez, quando o sofrimento e a perda funcional são intensos, mas o desejo de preservar a imagem ainda é forte.

“Não podemos afirmar que houve interrupção assistida da vida. Mas há indícios comportamentais e simbólicos suficientes para levantar essa possibilidade. A despedida de Ozzy foi precisa e cuidadosamente elaborada — algo que combina com seu perfil psicológico e sua história pública”, concluiu o pesquisador.

A análise completa do Dr. Fabiano de Abreu será publicada na próxima edição da Rock Brigade, em uma coluna especial que homenageia a trajetória e os dilemas finais de um dos maiores ícones do heavy metal.