EXPERIÊNCIA SENSORIAL

Turismo olfativo: Conheça a Belém dos cheiros da floresta

Conhecer a Amazônia é uma experiência sensorial: Nesta edição da coluna, vamos te apresentar as experiências olfativas.

O período de procura não é por acaso, pois durante o mês de junho é que são cultivadas algumas folhas e ervas que não são encontradas em outras épocas do ano.
Foto celso Rodrigues/ Diário do Pará.

A semana termina com a Amazônia aos olhos do mundo, graças ao Amazônia Live, a apresentação que trouxe Mariah Carey e as paraenses Dona Onete, Joelma, Gaby Amarantos e Zaynara. Nas imagens exibidas mundialmente, a floresta e o rio Guamá enchem os olhos e despertam curiosidade e desejo de se conhecer além do que foi mostrado. Se você é uma dessas pessoas que achou o espetáculo bonito e tem interesse em conhecer os encantos da floresta, a coluna está pronta pra te dar as dicas! 

Conhecer a Amazônia é uma experiência sensorial: não espere apenas floresta e rios. Temos muito mais. Nesta edição da coluna, vamos te apresentar as experiências olfativas. Em Belém, você vai ter contato com aromas únicos, como o patchouli, a priprioca, pau rosa, entre outros que dão origem a perfumes regionais e até mesmo internacionais, como os famosos franceses. Não deixe de conhecer a Perfumaria Orion, que existe desde 1931, e comercializa todos esses cheiros em forma de perfumes, essências, body splashes, além de sachês, hidratantes e tudo mais em cosméticos. A loja inclusive trabalha com marcas próprias, como os perfumes Cheiro do Pará e Feitiço Amazônico, ícones olfativos da floresta. A comercialização começou em 1927, com um imigrante europeu, o português de Viana do Castelo, Antônio Santos. Um aroma diferente do que existe atualmente no Brasil e no mundo, que você não encontra em lugar nenhum”

A Perfumaria Orion existe desde 1931. Fotos: Divulgação

A História da Perfumaria na Amazônia

A Juruá Cosméticos, por exemplo, existe há 111 anos. Em 1914, o farmacêutico italiano Francisco Filizola chegou como imigrante durante a Primeira Guerra Mundial e se alojou perto do rio Juruá, afluente do rio Amazonas. Quando comprou fazendas com seringais, os caboclos o pagavam com tartaruga, andiroba, ervas… Então, ele aproveitou o conhecimento que tinha e com a biodiversidade local e começou a fazer sabonetes, cremes e loções.

A partir daí, na década de 1970, uma das filhas de Francisco, Izabel Filizzola, resgatou os escritos do pai sobre as formulações e passou a comercializar e divulgar os produtos para formadores de opinião da época, entre eles a escritora Eneida de Moraes, que por sua vez deu alguns dos itens da Juruá para a atriz Tônia Carrero, que também passou a presentear outras famosas. 

Produtos e Insumos da Amazônia

A marca utiliza os princípios ativos de ervas cultivadas na Amazônia. São plantas medicinais, oleaginosas e aromáticas. É o amor crescido, a priprioca em forma de higiene pessoal, sabonetes, xampus, condicionadores, cosméticos, hidratantes e cremes. Existe ainda a linha de perfumaria, com as essências, deocolônias, aromatizantes e sachês para guarda-roupa. Tudo a partir de insumos que vêm de comunidades que cultivam as plantas medicinais e aromáticas em Belém e vindas de empresas locais. 

A Juruá Cosméticos existe há 111 anos

A Chamma da Amazônia é outra marca que fabrica e comercializa produtos de perfumaria e cosméticos com insumos da floresta. Também com uma história longeva de mais de 60 anos, a empresa tem cerca de 60 itens produzidos e vendidos para o mercado local e nacional. Os produtos utilizam matéria prima como o caulim, óleos vegetais da região como a andiroba e copaíba, castanha-do-Pará, manteiga de cupuaçu, priprioca, patchouli, catinga de mulata entre outros. 

Por último, não deixe de visitar o setor de ervas do Ver-o-Peso para conferir todos esses cheiros in natura e bater um papo com gente que carrega conhecimento que passa de geração em geração: as erveiras! 

A Chamma da Amazônia está no mercado há mais de 50 anos 

Conheça as perfumarias

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