Quem já viajou de férias ou a passeio para alguma outra cidade, com certeza, já passou por situações indesejáveis por ser turista. Seja aquele produto oferecido por um preço mais caro assim que o vendedor ouve seu sotaque diferente, ou até mesmo a abordagem mais audaciosa de ambulantes em busca do dinheiro que “veio de fora”.
Exemplos não faltam. Em Salvador (BA) alguns casos são clássicos: os vendedores do Pelourinho que te entregam fitas do Senhor do Bonfim de “brinde” e depois te pedem dinheiro; as baianas que pedem pra tirar fotos e também cobram pelo “serviço”; os abadás mais baratos, porém falsificados, vendidos próximo ao Jardim Brasil, no Carnaval; e tem ainda as ciganas que ficam em frente ao Mercado Modelo e que praticamente obrigam quem para perto delas a deixarem ler a mão. Claro que no decorrer das “previsões” o turista tem que entregar algum dinheiro para não ter dor de cabeça com elas.
E não é que as tais ciganas já deram as caras em frente ao Mercado Ver-o-Peso em Belém e até nas belas praias de Maceió, onde você está sentado, de frente para o mar e, do nada, uma senta na sua mesa sem ser convidada e te aborda de um jeito difícil de se ver livre. Até o seu protetor solar elas pedem…
Sim, turista não tem paz em alguns lugares! Se for a Fortaleza, no Ceará, a Praia do Futuro é outro daqueles “paraísos” em que não se tem sossego com um sem número de vendedores, repentistas e afins que te abordam de minuto em minuto.
Certa vez, no Rio Grande do Norte, contratei um passeio desses bate-volta para visitar a Praia da Pipa, um lugar maravilhoso, que queria passear novamente. Serviço contratado e eis que o guia do tour larga todos os turistas em uma barraca bem antes do centro de Pipa, isolada de tudo, e que não tinha como se deslocar para o badalado centrinho da orla, onde ficam os melhores bares, restaurantes e lojas do balneário. Ao ser questionado por mim sobre o motivo de não ir mais adiante, o guia simplesmente disse que ali era Pipa e que passaria “rapidinho” na parte central ao fim do passeio.
E os perrengues não param por terras brasileiras. Na Terra Santa, em Israel, hoje infelizmente em guerra, o caminho da Via Sacra, onde Jesus deu seus últimos passos até a crucificação, é tomado por vendedores ambulantes e lojas, onde nas portas te puxam até pelo braço em busca de dólares. Em troca, te oferecem até o “vinho das Bodas de Caná”.
Enquanto isso, o guia da excursão só deixa você ir nas lojas em que ele tem parceria para ganhar a sua porcentagem em cima da venda, sempre bem mais inflacionada que em outros estabelecimentos próximos.
Já em Cancún, no México, na boate Coco Bongo, de Jim Carrey, as garçonetes te obrigam a jogar o Jogo da Velha com elas, até que você erre e dê a elas alguns dólares. E ai de você que não pague uma boa gorjeta para quem te atendeu…
Pra fechar a série “perrengue chique” da coluna, recordo de uma van de transporte de passageiros em Recife com destino a Porto de Galinhas, quando o cobrador cobrou a mais pelo preço da passagem ao perceber que estava lidando com um turista. Que situação!
Pois é, mas isso não é para desestimular você, caro leitor, de desbravar novos lugares. Mas apenas um alerta para redobrar a atenção e ser firme no propósito de recusar esses negócios da China que sempre aparecem nas viagens.