A programação junina do Arraial do Pavulagem é uma experiência antropológica, daquelas que é preciso viver ao menos uma vez na vida para entender e se orgulhar de uma manifestação cultural tão bonita que só faz crescer a cada ano em Belém do Pará.
Já que Belém está aos olhos do mundo por causa da COP 30, e as notícias plantadas lá fora muitas vezes têm procurado tirar da gente o nosso orgulho de ser paraense, que tal levarmos para os quatro cantos desse planeta o que temos de bom? Os arrastões do Pavulagem são um ótimo exemplo disso.
Se você é de fora, se programe para conhecer Belém neste período e prepare seu chapéu de fitas para dançar atrás do boi Pavulagem. A seguir, você confere mais informações sobre essa manifestação, trazida pelo acadêmico de jornalismo Alison Dastto, colaborador da coluna, que foi conferir in loco a chegada do nosso bumbá pelas águas da Baía do Guajará junto com os mastros de São João!
“Enquanto nos estados do Nordeste o mês de junho é dominado pelo São João raiz, em Belém quem brilha no período junino são os bois.
No último dia 12, o tradicional cortejo fluvial do Arrastão do Pavulagem abriu oficialmente a quadra junina, marcando o início dos arrastões de 2025.
O cortejo conduz a comitiva dos dois bois — o Malhadinho e o Pavulagem — que desempenham um papel especial durante a quadra. Além deles, seguem também os mastros dedicados a São João Menino, que são erguidos ao chegar na Praça Waldemar Henrique.
Boi Pavulagem e Boi Malhadinho
Símbolo maior da festa brincante paraense, o Boi Pavulagem carrega no nome e na essência as características do paraense raiz: vaidoso, brincalhão e metido.
Surgiu na década de 1980, como parte de um movimento cultural que buscava resgatar e valorizar as tradições do boi-bumbá, das festas juninas e do folclore amazônico no contexto urbano.
Boi Malhadinho
Com o corpo revestido por tecidos coloridos e estampados, o Boi Malhadinho é uma variação do bumba-meu-boi presente nos festejos juninos e nos cortejos que animam tanto o interior quanto a capital do Pará.
Mastros de São João
Durante o percurso fluvial, a balsa leva dois mastros — o das mulheres e o dos homens — enfeitados com flores e fitas coloridas. Eles recebem a energia do batuque e da dança do carimbó, embalados pelas bandas e mestres que se apresentam ao vivo ao longo de todo o trajeto”. (Com a colaboração de Alison Dastto)
Nos siga no Instagram: