Sebrae debate papel dos pequenos negócios na temática do clima

Carol Menezes

Um grupo de técnicos, conselheiros e empresários liderado pelo diretor-superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno, esteve em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, por duas semanas para participar da 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP 28). O objetivo da agenda, entre 1º e 7 de dezembro, foi analisar a temática do empreendedorismo e os pequenos negócios durante a programação, e o papel destes em contribuir de forma positiva para as questões climáticas e as oportunidades que a COP 30, a ser realizada em Belém no ano de 2025, irá proporcionar aos empreendimentos do segmento.

Em meio a isso, o Sebrae no Pará, que já é um apoio certo a esses negócios na Conferência que será sediada na capital paraense, além de realizar visitas técnicas, também participou de reuniões e painéis junto a autoridades paraenses e estrangeiras. O resultado de tudo isso deve ser traduzido em propostas diversas ao grupo de trabalho do Governo do Pará criado para a organização da 30ª edição da COP.

“A participação do Sebrae na COP 28 foi muito positiva. Além de firmar nosso compromisso com as questões relacionadas às mudanças climáticas e o papel que os pequenos negócios têm para o desenvolvimento sustentável, voltamos com a bagagem cheia de conhecimento e experiências que serão fundamentais para o nosso trabalho de apoio aos empreendedores”, avalia Magno, que inclusive foi o mediador de um painel dedicado inteiramente à COP 30 no dia 2 de dezembro.

VIVÊNCIAS

Rubens conta que a intenção inicial da comitiva era de entender como os pequenos negócios – que têm uma atuação importante para a economia dos países, na geração de emprego e na contribuição do Produto Interno Bruto (PIB) – se prepararam para a COP 28, quais as principais ações promovidas para bem receber os visitantes e como adotaram, no dia a dia, as práticas e processos para mitigar as questões climáticas, como a redução de emissões de gases de efeito estufa

nos seus processos diários. “Voltamos para Belém com foco em ajudar a disseminar para os pequenos negócios paraenses as boas práticas adotadas em Dubai, para que façamos uma excelente edição da COP 30 em nossa cidade”, confirmou.

Um dos momentos mais significativos foi o painel “Como as pequenas e médias empresas podem mudar o curso de ação no combate ao clima”. O governador do Pará, Helder Barbalho, e o ministro das Cidades, Jader Filho, estavam entre os painelistas, junto com o ministro da economia dos Emirados Árabes Unidos, Abdulla bin Touq, príncipes, princesas e outras autoridades árabes.

O chefe do Executivo paraense e o representante do governo federal abordaram o papel da União no processo de apoio e crescimento das pequenas empresas no Brasil, e ainda o que o governo estadual tem feito neste sentido.

“Acho que é fundamental que nós possamos aproveitar a oportunidade da COP 30 para envolver as pessoas. Não apenas olhando o evento, mas olhando a oportunidade do legado que ele pode trazer. Temos atuado, a partir da bioeconomia, para fortalecer atividades vinculadas a empreendedores, com criação de negócios verdes”, sugeriu Helder.

Para o ministro Jader Filho, a presença das pequenas empresas em Belém neste momento será fundamental. “Afinal de contas, a prestação de serviços de boa parte de tudo aquilo que vai acontecer na COP 30 passa pelas pequenas empresas. E a gente precisa trabalhar junto com o Sebrae, com o governo do estado e o município, proporcionar um treinamento para que as pessoas possam entender o tamanho da COP, para que assim possa prestar um serviço de qualidade”, defendeu.

Empresas sustentáveis foram visitadas

A equipe realizou várias visitas técnicas a empresas sustentáveis de Dubai com o objetivo de inspirar e ajudar os pequenos negócios paraense para a COP30.

Os estabelecimentos que receberam o grupo, contribuem positivamente para questões climáticas: Dubai Waste Manage, uma solução que transforma resíduos em energia; e a fábrica da Smartbox (X36), em Al Quoz, que é pioneira em construção modular e utiliza containers para construção de plantas industriais, escritórios e residências, para entender de que forma empresas paraenses do segmento de hospedagem e hotelaria podem aproveitar esse tipo de negócio para a COP 30.

Ambiente pré-conferência é de ambiente favorável ao empreendedorismo

O diretor-superintendente Rubens Magno também mediou o painel “A Amazônia aberta ao mundo na COP 30”, dentro do pavilhão do Sebrae com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O espaço teve como painelistas a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan; o presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima; e o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Mauro O’ de Almeida.

“A COP 28 é uma oportunidade única de fortalecermos o compromisso com a Amazônia. Nós temos provado que é possível produzir e preservar’, destacou a vice-governadora, ao falar do propósito do Governo. Segundo Hana, é preciso se preocupar com uma sustentabilidade que seja, ao mesmo tempo, econômica, ambiental e inclusiva.

Mauro, por sua vez, enalteceu o Pará como um estado preparado para realizar a COP 30, e que é preciso oferecer uma experiência amazônica às pessoas. “Já participei de várias conferências e isso me credencia a concluir que, sim, estamos preparados, e que temos diferencial e o desafio de incluir a agenda da floresta à conferência do clima”, pontuou.

Décio Lima lembrou o papel do Sebrae, do empreendedorismo e dos pequenos negócios. “Representamos uma categoria que reúne 60% da população brasileira, população que quer empreender. Dos empregos que o Brasil acumulou, 71% foram gerados pelos pequenos. Nós somos, portanto, uma parcela considerável da economia brasileira”, afirmou. Segundo Décio, essa importância também está presente na temática da sustentabilidade, que ele chama de “uma marca própria do desenvolvimento econômico do Pará”.

O diretor-superintendente do Sebrae Pará explica que, após uma série de eventos nessas duas semanas de COP 28, a comitiva voltou com a missão de avaliar tudo o que foi visto e apreendido, adequar às técnicas e ferramentas do Sebrae no sentindo de verificar o que é possível, viável e apresentar propostas ao grupo de trabalho do governo do Estado, que é quem comanda as ações para a COP 30.

“Voltamos, com certeza, bem mais preparados para apoiar os pequenos negócios para a COP 30. E quando falamos nisso estamos tratando de dois pontos: do papel que eles têm quando se trata das questões climáticas; e das inúmeras oportunidades de negócios que serão geradas para eles desde agora, pré-COP 30, em um ambiente muito favorável ao empreendedorismo”, finaliza Rubens.