Pryscila Soares
Cerca de 100 adolescentes e jovens, de 14 a 24 anos, de sete estados da Amazônia Legal estão participando desde ontem (3) do “Encontro de Adolescentes e Jovens em Defesa da Amazônia”, no Hotel Beira Rio, em Belém. Promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o evento busca a elaboração de uma carta-demanda composta por propostas apresentadas pelo público participante.
Este documento será entregue amanhã (5) às autoridades governamentais durante a programação dos “Diálogos Amazônicos”, no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. A carta será elaborada a partir das discussões sobre a inserção deste público nas políticas públicas da agenda de mudanças climáticas e como essas pessoas são afetadas pela crise.
“O grande objetivo deste encontro é reunir recomendações, demandas desses adolescentes para posicioná-los dentro de uma agenda climática que seja inclusiva, participativa e, principalmente, que atenda às demandas deles. Vamos fazer isso através de uma carta-demanda, que sairá deste encontro”, informa Rayanne França, oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes no Território Amazônico do Unicef.
TEMAS
O encontro aborda temas interseccionados como gênero, raça e etnia, além de buscar saber como as comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, as mulheres e as crianças estão sendo afetadas pela crise climática, desastres, enchentes e secas. De acordo com Rayanne, a ideia é pensar em estratégias para dar respostas à problemática.
“O intuito é que as nossas contribuições nacionalmente determinadas, que fazem parte de um grupo de políticas públicas, ambientais e climáticas, pautem crianças e adolescentes porque hoje o Brasil não tem essa referência dentro das políticas climáticas”.
O evento tem o apoio da Prefeitura de Belém e governo do Pará, por meio da Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos do Pará. Representando a pasta, a coordenadora de promoção e defesa de direitos humanos, Isabela Canto, destacou a importância do debate. “Estamos conectados com essas iniciativas, que não são somente do governo, mas de toda sociedade civil, instituições internacionais e outras esferas de poder. Temos o Conselho da Juventude dentro do governo e uma Gerência de Juventude dedicada a criar políticas públicas para a juventude e para trazer o jovem amazônida para um lugar de protagonismo”, pontua.
Integrante do Núcleo de Cidadania do Adolescente do Unicef no município de Parauapebas, Alan Oliveira, 19, compôs a mesa de abertura do evento. “Estar inserido nessas pautas é muito importante porque podemos dar nossas opiniões. A Amazônia é o nosso futuro e nós somos o futuro. Precisamos cuidar e zelar por esse futuro”.