MEIO AMBIENTE

Crianças dizem o que esperam do futuro no ano da COP 30

Em um ano que chega com uma maior preocupação ambiental, o DIÁRIO crianças sobre o que eles pensam em relação à preservação

Crianças trazem a preocupação com a Amazônia a partir de uma consciência social aguçada, como um recado para os adultos FOTOs: irene almeida
Crianças trazem a preocupação com a Amazônia a partir de uma consciência social aguçada, como um recado para os adultos FOTOs: irene almeida

Quando se reflete sobre o futuro, não é difícil imaginar que o cenário irá impactar mais diretamente a vida das gerações que, hoje, ainda vivenciam a infância e adolescência. Às vésperas da chegada do ano que será marcado pela realização da Conferência do Clima da ONU em Belém (a COP 30), quando o mundo irá discutir que medidas adotar nos próximos 10 anos para combater as mudanças climáticas, o DIÁRIO ouviu os anseios daqueles que são o próprio futuro.

Com uma consciência cada vez mais aguçada sobre questões globais, como mudanças climáticas, equidade social e os avanços tecnológicos, a geração Alpha – como são chamados os nascidos a partir de 2010 – demonstram uma capacidade admirável de reimaginar o mundo em bases mais sustentáveis, inclusivas e justas.

Para a primeira geração a nascer inteiramente no século XXI, os adultos de hoje teriam muito a aprender caso se dispusessem a ouvir mais o que a atual geração tem a dizer sobre o porvir.

Ainda que as reflexões sobre como será a vida daqui a alguns anos não sejam parte da rotina da estudante Maysa Monteiro, 11 anos, ela não esconde que há sim uma preocupação natural com o futuro.

E isso está muito relacionado à forma como os adultos vêm conduzindo suas relações com o planeta hoje. Mesmo que as consequências já sentidas pelo meio ambiente, hoje, sejam graves, a jovem estudante considera que atitudes simples são suficientes para começar a mudar o futuro que se espera para o planeta.

“Pelos acontecimentos que estão acontecendo agora com a Amazônia é uma coisa a se pensar, mas o que eu acho que o ser humano deve fazer é começar a pensar antes de agir e ter mais cuidado nas ações”, reflete. “Tipo, o que eles podem fazer é simplesmente parar de jogar lixo no chão e também parar de queimar, parar de desmatar e tomar de cuidado”.

Não só no que se refere ao meio ambiente, mas também a tantos outros cenários que precisam ser modificados para se ter um futuro melhor, Maysa destaca o que ela acredita que os adultos precisariam fazer de diferente já nos dias de hoje. “Em relação às pessoas, ser mais inclusivas e não ter tanto preconceito porque o preconceito, na minha opinião, não leva a nada”.

PREOCUPAÇÃO

Quando ele próprio for adulto, o estudante Davi Rodrigues, de 11 anos, espera encontrar um mundo em que ainda seja possível tomar um banho de rio e aproveitar os recursos das florestas. Para isso, não há dúvidas de que os adultos de hoje precisam agir. “Eu espero um futuro melhor, com um clima melhor, menos desmatamento, menos poluição, menos lixo jogado no chão e nos rios”.

Da mesma forma, a poluição que se observa hoje no planeta é uma preocupação para a Ana Lígia Lobão, de 12 anos. Ainda que não goste muito de pensar sobre o futuro, quando a estudante precisa fazer tal reflexão o que vem à mente é uma questão central: os adultos precisam combater a poluição.

“A humanidade não está fazendo as coisas certas. Acho que os adultos precisam preservar um mundo bom para as crianças porque, tipo, do jeito que está acho que o mundo não dura nem uns 200 anos mais”.

Já o Artur Freitas, também de 12 anos, considera outras medidas urgentes que os adultos de hoje precisam fazer. “Que as pessoas parassem de desmatar, cuidassem do ar que respiramos e protegessem os animais e as crianças. Só isso”.

A também estudante Valentina Couto, 11 anos, resume essas necessidades em uma medida simples e que pode ser colocada em prática pelos adultos já neste final de ano. Quando se trata de deixar um mundo melhor para as futuras gerações, uma única coisa basta: “As pessoas tinham que tomar consciência das ações delas. É resumidamente isso”.

Valentina Couto
Maysa Monteiro
Ana Lígia Lobão
Davi Rodrigues
Artur Freitas