COP

COP30 será o maior evento da história da Amazônia

Conferência será um marco para a diplomacia brasileira e uma oportunidade para o Brasil liderar os debates e projetos concretos para evitar os desastres da mudança climática no mundo. Foto: Ricardo Amanajás / Diário do Pará.
Conferência será um marco para a diplomacia brasileira e uma oportunidade para o Brasil liderar os debates e projetos concretos para evitar os desastres da mudança climática no mundo. Foto: Ricardo Amanajás / Diário do Pará.

Cintia Magno

Em novembro de 2025 Belém sediará o maior evento internacional já recebido pela cidade, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30). O mais importante evento ambiental do planeta reunirá delegações de todo o mundo e um grande volume de visitantes preocupados em discutir e buscar soluções para os desafios enfrentados pelo planeta no que se refere às mudanças climáticas. Mas, como foram as conferências realizadas até aqui?

Por três décadas, a Organização das Nações Unidas (ONU) vem reunindo quase todos os países nas chamadas cúpulas climáticas globais, as COPS ou ‘conferência das partes’. As partes são justamente os países signatários da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Climáticas (UNFCCC), um tratado acordado em 1994 e que deu origem às conferências.

Ao todo, 197 Partes são signatárias do tratado, o que equivale a 196 países e a União Europeia. Durante as conferências são realizadas complexas negociações entre governos, envolvendo autoridades de todos os países do mundo, bem como representantes da sociedade civil e da mídia global.

Sócio-fundador do Instituto Socioambiental, organização da sociedade civil que atua desde 1994 em defesa da diversidade socioambiental brasileira, Marcio Santilli destaca que as conferências sobre clima são fundamentais para viabilizar a superação do que ele classifica como a maior ameaça atual à humanidade na Terra.

“As decisões das COPs tendem à substituição dos combustíveis fósseis por outras fontes de energia e ao fim do desmatamento em florestas tropicais”, pontua. “Se forem para valer, implicam em mudanças de vários tipos na economia e na vida das pessoas”.

MARCO

Marcio lembra que um grande marco histórico das conferências do clima ocorreu justamente no Brasil, ainda no ano de 1992, durante a realização da ECO-92. A reunião marcou a adoção da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Passadas mais de três décadas, em 2025 o Brasil voltará a receber uma convenção das Nações Unidas, desta vez na capital paraense.

O presidente Lula reuniu, em Belém, principais autoridades dos países amazônicos na Cúpula. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

“Será o maior evento diplomático da história da Amazônia e uma grande oportunidade de pôr em foco as demandas da população paraense para que possa fazer a sua parte no enfrentamento às mudanças climáticas”, avalia Marcio Santilli, ao apontar outro grande marco histórico das conferências já realizadas até aqui. “Vale à pena citar ainda o Acordo de Paris, de 2015, que estabeleceu as metas que cada país deve cumprir para reduzir as emissões de gases do efeito estufa”.

Olhando para trás, é possível ter a dimensão do evento que deverá marcar a história de Belém daqui há dois anos. A primeira Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP1) foi realizada entre 28 de março e 7 de abril de 1995, em Berlim, na Alemanha. Na época, a conferência contou com a participação de 117 países partes, envolvendo quase 4 mil pessoas, entre os representantes dos países, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia.

Passados 27 anos, a última conferência do clima, a COP27, recebeu representantes de 2.950 organizações, reunindo um total de 26.370 participantes, segundo consta na lista oficial de participantes divulgada pela UNFCC.

O evento foi realizado entre 6 e 18 de novembro de 2022, no Centro Internacional de Convenções de Sharm El-Sheikh, um dos maiores e mais inovadores centros de conferências do Oriente Médio, localizado na cidade de Sharm el-Sheikh, no Egito.

 

As conferências ao longo do tempo

Foto: Ag. Pará

As ações que deram origem às conferências das Nações Unidas sobre o clima ocorreram ainda em 1992, durante a realização da ECO-92, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Na ocasião, adotou-se a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e foi criado o Secretariado de Mudanças Climáticas da ONU. Foi nesta convenção, também, que as nações concordaram em “estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera para evitar interferências perigosas da atividade humana no sistema climático”. Desde que o tratado entrou em vigor, em 1994, todos os anos a ONU reúne quase todos os países do mundo nas COPs, as Conferências das Partes.

COP1 (1995)

A primeira Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP1) foi realizada entre 28 de março e 7 de abril de 1995, em Berlim, na Alemanha. Foi quando teve início o processo de negociação de metas e prazos para a redução de emissões de gases de efeito estufa pelos países desenvolvidos. Na época, os países em desenvolvimento não foram incluídos na conferência.

Países participantes: 117.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 3.969 pessoas.

COP2 (1996)

A COP2 teve como sede Genebra, na Suíça, e ocorreu no período entre 9 e 19 de julho de 1996. Na ocasião, os países participantes acordaram o estabelecimento de obrigações legais de metas de redução de emissões de gases de efeito estufa.

COP3 (1997)

A COP3 foi realizada na cidade de Kyoto, no Japão, no período de 1º a 10 de dezembro de 1997. Foi nesta convenção que surgiu o conhecido Protocolo de Kyoto, que estabeleceu metas de redução para gases de efeito estufa apenas para os países desenvolvidos. De maneira geral, as metas estabeleceram que a redução de emissões deveriam ficar em 5,2 sobre as emissões de 1990. Países como Japão, Estados Unidos e União Europeia se comprometeram a assumir reduções maiores, em 6%, 7% e 8%, respectivamente. Porém, os Estados Unidos não ratificaram o acordo, cuja entrada em vigor estava condicionada à ratificação de 55 países que somassem 55% das emissões globais, o que só aconteceu só em 16 de fevereiro de 2005.

Países participantes: 155.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 9.850 pessoas.

COP4 (1998)

Entre os dias 02 e 13 de novembro de 1998 foi realizada a COP4, em Buenos Aires, Argentina. As discussões se concentraram em torno da implementação e ratificação do Protocolo de Kyoto, a partir da elaboração de um programa de metas voltado para alguns itens, como a análise de impactos das mudanças climáticas e alternativas de compensação, que deveriam ser colocadas em prática com a adoção de mecanismos de financiamento e transferência de tecnologia.

Países participantes: 154.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 5.623 pessoas.

COP5 (1999)

Realizada na cidade de Bonn, na Alemanha, entre 25 de outubro e 5 de novembro de 1999, a COP5 reforçou a execução das metas estabelecidas na conferência anterior, e ainda trouxe discussões sobre a necessidade de mudanças no uso da terra e das florestas e o papel desempenhado pelas florestas na redução de emissões de gases de efeito estufa.

COP6 (2000) – Parte I

A COP6 teve a particularidade de ter sido realizada em dois momentos. A Parte I foi realizada no período entre 13 e 24 de novembro de 2000, em Haia, Países Baixos. O tema central da conferência se concentrou sobre mecanismos de flexibilização criados pelo Protocolo de Kyoto para que os países desenvolvidos pudessem cumprir parte de suas obrigações de emissão de gases de estufa em pelo menos 5% entre 2008 e 2012, em relação aos níveis de 1990. Porém, não foi possível estabelecer um acordo sobre, entre outros temas, a inclusão de projetos relacionados ao uso do solo, levando à suspensão das negociações. A conferência só foi retomada um ano depois, em 2001, em Bonn, na Alemanha.

Países participantes: 177.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 6.994 pessoas.

COP6 (2001) – Parte II

Em retomada à conferência interrompida em Haia, depois que os Estados Unidos abandonaram o Protocolo de Kyoto, a Parte II da COP6 foi realizada entre 16 e 27 de julho de 2001, em Bonn, Alemanha. A partir das negociações, foram debatidos temas como os limites de emissão para países em desenvolvimento e a assistência financeira dos países desenvolvidos.

Países participantes: 179.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 4.628 pessoas.

COP7 (2001)

Ainda em 2001, em Marraqueche, no Marrocos, foi realizada a COP7. Entre os dias 29 de outubro e 9 de novembro daquele ano, os países partes reunidos puderam estabelecer os Acordos de Marraqueche, que previram a definição dos mecanismos de flexibilização, a decisão de limitar o uso de créditos de carbono gerados de projetos florestais do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e o estabelecimento de fundos de ajuda a países em desenvolvimento voltados a iniciativas de adaptação às mudanças climáticas.

COP8 (2002)

Entre os dias 23 de outubro e 01º de novembro de 2002 foi realizada a COP8, em Nova Déli, na Índia. A reunião teve como marco a adesão da iniciativa privada e de organizações não governamentais ao Protocolo de Kyoto, além da apresentação de projetos para a criação de mercados de créditos de carbono. Naquele mesmo ano, realizou-se em Durban, África do Sul, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), que promoveu discussões sobre o uso de fontes renováveis na matriz energética dos países que faziam parte da Convenção Quadro do Clima.

Países participantes: 167.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 4.352 pessoas.

COP9 (2003)

Milão, na Itália, foi a sede da COP9, que ocorreu de 1º a 12 de dezembro de 2003. Naquele ano, o tema central da conferência foi a regulamentação de sumidouros de carbono no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, estabelecendo regras para a condução de projetos de reflorestamento, que se tornaram condição para a obtenção de créditos de carbono.

Países participantes: 167.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 5.151 pessoas.

COP10 (2004)

Realizada entre 6 e 17 de dezembro de 2004, a COP10 teve como sede Buenos Aires, na Argentina. A aprovação das regras de implementação do Protocolo de Kyoto foi o marco daquele ano, que entrou em vigor no início do ano seguinte, após a ratificação pela Rússia. Outro assunto de destaque foi a divulgação de inventários de emissão de gases do efeito estufa por alguns países em desenvolvimento, entre eles o Brasil.

Países participantes: 167.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 6.151 pessoas.

COP11 (2005)

Primeira conferência após a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, a COP11 foi realizada na cidade de Montreal, no Canadá, no período de 28 de novembro a 9 de dezembro de 2005. Exatamente por isso, naquele ano, juntamente com a COP11 foi realizada a Primeira Conferência das Partes do Protocolo de Kyoto (MOP1). Entre os debates, as instituições europeias defenderam a redução de emissões até 2030 em torno de 20% a 30%; e de 60% a 80% até 2050. A questão das emissões provenientes do desmatamento tropical e a das mudanças no uso da terra foram aceitas oficialmente nas discussões no âmbito da Convenção.

Países participantes: 181.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 9.474 pessoas.

COP12 (2006)

O continente africano foi a sede da COP12, realizada entre 6 e 17 de novembro de 2006, na cidade de Nairóbi, no Quênia. Naquele ano, o principal compromisso da reunião foi a revisão de itens do Protocolo de Kyoto, onde as 189 nações participantes se comprometeram a realizar processos internos de revisão. Além disso, o governo brasileiro propôs a criação de um mecanismo que promova efetivamente a redução de emissões de gases de efeito estufa originadas a partir de desmatamentos em países em desenvolvimento, o chamado Redd.

Países participantes: 180.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 5.924 pessoas.

COP13 (2007)

Um mapa para chegar a 2009 cumprindo metas de emissão, a COP13 foi realizada em Bali, na Indonésia, entre de 3 e 15 de dezembro de 2007. Um marco daquele ano foi a inclusão da questão das florestas no texto final, ficando estabelecidos compromissos verificáveis para a redução de emissões causadas por desmatamento das florestas tropicais para o acordo em substituição ao Protocolo de Kyoto. Os países em desenvolvimento teriam até 2009 para definir as metas de redução de emissões oriundas do desmatamento depois de 2012, quando o Protocolo de Kyoto se encerraria.

Países participantes: 188.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 10.828 pessoas.

COP14 (2008)

A cidade de Poznan, na Polônia, recebeu a COP14, realizada entre 1º e 12 de dezembro de 2008. Entre as discussões, a conferência ficou marcada pela possibilidade de um possível acordo climático global, uma vez que na COP13 foi estabelecido que um novo acordo deveria substituir Kyoto. A conferência deu continuidade às negociações iniciadas com o Mapa do Caminho, também no ano anterior.

Países participantes: 189.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 9.252 pessoas.

COP15 (2009)

A COP15 foi realizada em Copenhague, Dinamarca, entre 7 e 19 de dezembro de 2009, e consolidou o tema climático nas agendas pública, corporativa e da sociedade civil. Entretanto, a conferência não conseguiu fechar um acordo global entre os países para diminuir as emissões após 2012. O Acordo de Copenhague reconheceu que promover reduções de emissões resultantes de desmatamento e degradação florestal (Redd) era fundamental para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Mas questões como o impasse que se estabeleceu entre países desenvolvidos e em desenvolvimento sobre metas de redução de emissões, por exemplo, ficaram no meio do caminho sem nada de concreto. Durante a COP15 ficou acordada uma meta de limitar ao máximo de 2ºC, o aumento da temperatura média global, em relação aos níveis pré-industriais.

Países participantes: 194.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 3.221 pessoas.

COP16 (2010)

Em Cancún, no México, a COP16 foi realizada de 29 de novembro a 11 de dezembro de 2010 e ficou marcada pela realização de uma série de acordos. Entre eles, está a criação do Fundo Verde do Clima, com o objetivo de administrar o dinheiro que os países desenvolvidos se comprometeram a dar para deter as mudanças climática. Também naquele ano, o Brasil lançou sua Comunicação Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa e anunciou a regulamentação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, no qual assumiu o compromisso de reduzir no máximo 2,1 bilhões de dióxido de carbono até 2020.

Países participantes: 192.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 11.848 pessoas.

COP17 (2011)

Realizada de 28 de novembro a 11 de dezembro de 2011, a COP17 teve como sede países em Durban, na África do Sul. Na conferência, os mais de 190 países que compõem a Convenção-Quadro das Partes da ONU se comprometeram a empreender ações para conter o aumento da temperatura no mundo, limitada em 2ºC, e reconheceram a necessidade de minimizar os problemas decorrentes das mudanças climáticas. No documento que resultou do encontro, a chamada Plataforma de Durban, estabeleceu que os países deveriam definir metas até 2015 para serem colocadas em prática a partir de 2020. Com isso, um novo acordo substituiria Kyoto num prazo de oito anos.

Países participantes: 192.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 14.570 pessoas.

COP18 (2012)

Entre 26 de novembro e 7 de dezembro de 2012, a sede da COP18 foi em Doha, no Catar. Na ocasião, um acordo foi fechado entre os países membros para combater o aquecimento global até 2020. Entre os pontos acordados está estender o prazo do Protocolo de Kyoto, como o único a implicar obrigações legais para enfrentar o aquecimento global, embora valha apenas para os países desenvolvidos que emitam gases de estufa, em nível mundial, abaixo de 15%. Questões como a segunda fase do Protocolo de Kyoto e o auxílio financeiro aos países pobres para adaptação e mitigação em função do aquecimento global ficaram de fora.

Países participantes: 189.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 9.004 pessoas.

COP19 (2013)

Em 2013, entre 11 e 22 de novembro, foi realizada a 19ª Conferência das Partes (COP19), em Varsóvia, na Polônia. Entre os desafios enfrentados na conferência esteve a necessidade de antecipar questões a serem levadas para a COP21, a ser realizada em Paris em 2015, na expectativa de que resultasse em um documento de redução de emissões que substituísse o Protocolo de Kyoto.

Países participantes: 190.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 8.375 pessoas.

COP20 (2014)

Lima, capital do Peru, foi a sede da COP20, realizada de 1º a 14 de dezembro de 2014. Entree os principais objetivos da conferência esteve a definição das bases para um acordo geral sobre o clima a ser aprovado na COP21, em Paris, em substituição ao Protocolo de Kyoto. Ao final do encontro, o documento final intitulado Chamamento de Lima para a Ação sobre o Clima, também conhecido por “rascunho zero”, estabeleceu os elementos básicos para o novo acordo global que entraria em vigor em janeiro de 2021.

Países participantes: 190.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 12.531 pessoas.

COP21 (2015)

Marcada pelo Acordo de Paris, a COP21 foi realizada entre 30 de novembro e 11 de dezembro de 2015, na capital francesa. Na ocasião, os países membros concordaram em limitar o aquecimento global a 1,5°C em comparação com os níveis pré-industriais até 2050. Para que isso seja possível, a ciência aponta que é necessário reduzir as emissões pela metade até 2030.

Países participantes: 196.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 30.372 pessoas.

COP22 (2016)

Realizada no período entre 7 e 18 de novembro de 2016, a COP22 foi sediada por Marraquexe, no Marrocos. Na ocasião, foi realizada a assinatura da Proclamação de Marrakech, uma declaração sobre o que os países signatários consideram prioritário para tentar conter o aquecimento global nos próximos anos. O documento ainda destacou a necessidade de que fosse reforçada a ajuda aos países em desenvolvimento e às nações mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. À época, a COP22 foi classificada pelo Governo Brasileiro como um ‘ponto de partida’, focado na definição do chamado ‘livro de regras’ que estabeleceria como se daria a implementação das obrigações assumidas em Paris. O Brasil participou da conferência 271 delegados, entre representantes do governo, da academia, de entidades privadas e de organizações não governamentais. No total, foram 87 participantes ligados ao governo – incluindo 16 parlamentares – e 184 da sociedade civil.

Países participantes: 194.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 22.564 pessoas.

COP23 (2017)

Um ano após a entrada em vigor do Acordo de Paris, o mundo se reuniu novamente na COP23, ocorrida entre 6 e 17 de novembro, em Bonn, na Alemanha. A conferência renovou o sentido de urgência e necessidade de maior ambição para combater a mudança climática. Segundo o Ministério do Meio Ambiente do Brasil, à época o plano do país era reduzir as emissões de dióxido de carbono em 43% até 2030. Naquele ano, o Brasil também se ofereceu para abrigar a COP 25, em dezembro de 2019.

Países participantes: 195.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 27.000 pessoas.

COP24 (2018)

Em Katowice, na Polônia, a COP24 ocorreu entre 2 e 14 de dezembro de 2018, quando também foram realizadas a 14ª sessão da Conferência das Partes (CMP14), que serve como reunião das Partes do Protocolo de Quioto, e a 3ª parte da primeira sessão da Conferência das Partes que serve como reunião das Partes do Acordo de Paris (CMA 1.3). Na ocasião, foi realizada a adoção de um livro de regras para operacionalizar o Acordo de Paris e em um sinal da conferência de Partes para aumento da ambição climática.

Países participantes: 196.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 18.420 pessoas.

COP25 (2019)

Entre 2 e 13 de dezembro de 2019 foi realizada a COP25, em Madri, na Espanha. De acordo com avaliação da ONU à época, a conferência teve muito progresso no que se refere ao setor privado e aos governos nacionais, regionais e locais – já que o Pacto Global da ONU anunciou que 177 empresas concordaram em estabelecer metas climáticas baseadas na ciência e que se alinham com o limite do aumento da temperatura global até 1,5°C acima dos níveis pré-industriais e atingindo as emissões líquidas de zero até 2050. No entanto, segundo a ONU, houve um desapontamento pela falta de consenso geral em relação ao aumento da ambição climática, devido a divergências sobre questões controversas que lidam com perdas e danos causados pelas mudanças climáticas provocadas pelo homem, assim como o financiamento para adaptação. Poucos países apresentaram planos com compromissos concretos para reduzir as emissões de acordo com os objetivos do Acordo de Paris na COP 25.

Países participantes: 196.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 22.354 pessoas.

COP26 (2021)

Marcando cinco anos desde a assinatura do Acordo de Paris, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26) foi realizada entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro de 2021 na cidade de Glasgow, na Escócia, nação que integra o Reino Unido. Adiada para 2021 em decorrência da pandemia da Covid-19, a reunião culminou no estabelecimento do Pacto do Clima de Glasgow, que manteve a meta de conter o aquecimento global a 1,5º C. Durante a conferência, os países concordaram em apresentar, em 2022, planos nacionais atualizados com metas mais ambiciosas, porém, até novembro do ano passado apenas 24 dos 194 países apresentaram seus planos à ONU.

Países participantes: 196.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 39.509 pessoas.

COP27 (2022)

A última COP aconteceu no ano passado no Egito

Realizada em 2022, a COP27 teve como sede a cidade de Sharm el-Sheikh, no Egito. Entre as decisões acordadas na conferência estão o estabelecimento de um fundo para garantir a mitigação de perdas e danos, ajudando países pobres que são impactados por desastres ocasionados pelas mudanças climáticas. A reunião ainda reforçou a meta de limitar o aquecimento global a 1,5º C, em conformidade com o compromisso firmado no Acordo de Paris, porém, deixou o alerta de que as emissões globais precisam iniciar uma trajetória de queda até 2025 e da necessidade de reduzir as emissões em quase metade até 2030.

Países participantes: 195.

Pessoas envolvidas (considerando os países partes, estados observadores, membros do secretariado da ONU, representantes de ONGs e profissionais de mídia): 26.370 pessoas.

COP28 (2023)

Próxima edição da conferência, a 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28) será realizada no período de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (EAU). Entre os destaques da edição está o primeiro Balanço Global (GST) que fará uma avaliação abrangente dos progressos realizados desde a adoção do Acordo de Paris. O objetivo é contribuir para o alinhamento de esforços para preencher as lacunas em andamento.

Fontes: Página Oficial da COP27 (https://cop27.eg); Página Oficial da COP 28 (https://www.cop28.com/en/); UN News (news.un.org); Lists of participants (COP) – UNFCCC; Instituto Socioambiental; Agência Brasil; WWF Brasil.