No fim de semana passado, a coluna abordou a questão dos preços abusivos para quem busca hospedagem em Belém no período da COP30, convidando o leitor a refletir sobre uma questão maior, que não se resume ao superfaturamento de preços na capital paraense, mas em todos os locais com grande fluxo de visitantes.
O texto levantou discussões e também muitos ataques, de quem se nega a raciocinar que a campanha de determinados veículos da imprensa nacional contra a COP na Cidade das Mangueiras tem intenções escusas. Passo longe de comparar Carnaval com COP, mas, sim, de comparar superfaturamentos em alta estação em qualquer lugar.
E tem mais! Saibam que, mesmo com esse entrave, de um grupo restrito de empresários e locatários que tentam se aproveitar da situação para “ficar milionários”, Belém é muito maior que isso. Nosso povo acolhedor, está feliz em receber pessoas de todo mundo e mostrar nossa Amazônia, com suas belezas e problemas, com todos os seus contrastes. Afinal de contas, o evento é para isso, buscar soluções para o clima do mundo.
Sobre a segurança pública, fiquem tranquilos. Basta ter precaução como em qualquer outro lugar, que vocês vão retornar para as cidades de vocês sem nenhum arranhão. E já de antemão, te convido a fazer essa imersão na nossa cidade, nos nossos sabores, tomar um banho de rio, um banho de cheiro e experimentar tudo de bom que temos por aqui.
Gente que se aproveita de turista existe em qualquer lugar do mundo e, graças a Deus, é exceção. Então, se essa situação é recorrente em todos os lugares, por que só Belém deve ser punida com a retirada do evento para outra cidade? Reflitam sobre o que há de real interesse em torno desse desgaste sobre a organização do evento. Nem o nosso Curupira deixaram em paz…
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Questão política? Querem uma COP da Amazônia com o conforto de Dubai? Querem discutir mudanças climáticas sem conhecer a realidade e as dificuldades de quem vive na Floresta? No conforto de hotéis luxuosos 5 estrelas? Como falar da Metrópole da Amazônia excluindo a Metrópole da Amazônia? Querem discutir a proteção da floresta nas belas praias do Rio, hospedados no Copacabana Palace, ainda que rodeados de morros tomados por milícias e crime organizado? Na selva… de pedra da chique e bem estruturada Avenida Paulista com sua Cracolândia invisibilizada? Na fria Porto Alegre com seus alagamentos que resultaram em tantas mortes? Viu só como todos os lugares enfrentam desafios?
Que bom que nossas mazelas estão sendo expostas, ainda que em programas de 30 minutos ou reportagens com visão rasa e tendenciosa. Nossos problemas não são exclusivamente nossos, são retrato de um país desigual. É a oportunidade de conhecer nossa realidade, vista pela maioria somente em documentários do Discovery Channel.
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Não fechem os olhos para a Amazônia. Celebrem com a gente a oportunidade que temos de melhorar a qualidade de vida da nossa população com as obras que ajudam a eliminar problemas seculares de saneamento, por exemplo. Ainda há muito a se fazer? Ainda há muita desigualdade? Sim, há! Que seja então um ponto de partida para que as benfeitorias continuem. Lembrem da pandemia. Somos uma aldeia global. Não deseje o insucesso do evento. O fracasso pode virar um verdadeiro efeito borboleta… Mas estamos confiantes que isso não vai acontecer!
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