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COP28: Conferência do Clima fica mais intensa a partir de hoje

A Expo City, uma mini-cidade futurista construída no coração de Dubai, será a casa das discussões climáticas mundiais até o próximo dia 12 de dezembro

FOTO: Christopher Pike/cop28
A Expo City, uma mini-cidade futurista construída no coração de Dubai, será a casa das discussões climáticas mundiais até o próximo dia 12 de dezembro FOTO: Christopher Pike/cop28

Cintia Magno

DUBAI, EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

O dia de abertura da 28ª edição da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP28) foi de movimentação intensa e longas filas, em Dubai, nos Emirados Árabes. A quinta-feira (30) foi marcada pelo credenciamento dos participantes que lotaram a Expo City, uma mini-cidade futurista construída no coração de Dubai e que, pelos próximos dias, será a casa das discussões climáticas mundiais até o próximo dia 12 de dezembro.

À medida que o processo de credenciamento foi iniciado, ainda durante a manhã, uma multidão formada por pessoas de diferentes países adentraram o espaço da Zona Azul da COP28, área gerenciada pela Conferências das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC) e que pode ser acessada pelos líderes mundiais, os representantes dos 198 países que compõem as Partes; observadores oficiais, como agências da ONU; OIGs e ONGs, além de meios de comunicação social.

É justamente neste espaço que ocorrem as negociações formais durante as duas semanas da conferência, bem como eventos da presidência da COP e centenas de eventos paralelos, incluindo painéis de discussão, mesas redondas e eventos culturais.

Toda essa movimentação deverá ficar mais intensa a partir desta sexta-feira (01), quando a maioria dos líderes de governo e chefes de estado cumprem agenda na COP. Em agenda oficial de viagens internacionais desde a última segunda-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pousou em Dubai por volta de 17h, horário local (10h no horário do Brasil).

Nesta sexta-feira, o presidente deve participar, logo pela manhã, da cerimônia de boas-vindas às delegações da COP28. Já no início da tarde, há previsão de pronunciamento de Lula na primeira sessão do segmento de alto nível para chefes de estado e de governo. A agenda do presidente na COP28 segue por toda a sexta-feira (01) e sábado (02), com participação em cerimônias oficiais, eventos de lançamento, além de reuniões com demais líderes mundiais.

É também nestes primeiros dias de conferência que ocorre a abertura oficial do Pavilhão do Brasil, espaço brasileiro que, além de apresentar conteúdos sobre o país, também deve ser palco de painéis que debaterão soluções para a mitigação da mudança climática. Além do Presidente Lula e demais representantes do Governo Federal, também participam da Conferência do Clima deste ano o ministro das Cidades, Jader Filho; o governador do Estado do Pará, Helder Barbalho e o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.

Durante plenária oficial de abertura da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), o apelo foi por ações céleres e de maior ambição contra o avanço da crise climática mundial. Em pronunciamento durante a cerimônia, o secretário-executivo da Convenção-Quadro sobre Mudança Climática (UNFCCC), Simon Stiell, reforçou a mensagem já destacada no relatório lançado pela ONU às vésperas da conferência de que o mundo está dando passos de bebê em direção à redução de emissões.

“Este foi o ano mais quente de sempre para a humanidade. Muitos recordes terríveis foram quebrados. Estamos pagando com a vida e o sustento das pessoas. Estamos à beira de um precipício. Enfrentando o balanço global. E temos duas opções”, alertou. “Em primeiro lugar – podemos notar a falta de progresso, ajustando as nossas melhores práticas atuais e encorajando-nos a fazer mais ‘num outro momento’ ou decidimos até que ponto teremos tornado todas as pessoas do planeta seguras e resilientes; decidimos financiar esta transição de forma adequada, incluindo a resposta a perdas e danos; e decidimos nos comprometer com um novo sistema energético. Se não sinalizarmos o declínio terminal da era dos combustíveis fósseis tal como a conhecemos, saudaremos o nosso próprio declínio terminal. E escolhemos pagar com a vida das pessoas”.